nenhuma palavra basta
nenhuma palavra é vasta o suficiente
para preencher esse abismo
domingo, 19 de dezembro de 2010
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Venero o sol e as nuvens que se engravidam dele (Ivone fs)
Isso é engraçado e delicioso...
Muito gostoso de se imaginar... (Samuel Vigiano)
é quando o dia está como hoje e empresta suas imagens pra gente poetar
um dia de sol às escondidas (Ivone fs)
O dia amanheceu como se não tivesse dormido... (Samuel Vigiano)
munido de poesia. que nada a detenha. que tudo a contenha (Ivone fs)
Isso é poesia. O dia amanheceu assim, poesia (Samuel Vigiano)
Isso é engraçado e delicioso...
Muito gostoso de se imaginar... (Samuel Vigiano)
é quando o dia está como hoje e empresta suas imagens pra gente poetar
um dia de sol às escondidas (Ivone fs)
O dia amanheceu como se não tivesse dormido... (Samuel Vigiano)
munido de poesia. que nada a detenha. que tudo a contenha (Ivone fs)
Isso é poesia. O dia amanheceu assim, poesia (Samuel Vigiano)
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
meu veneno
se o vento a pedra não dissolve
há dentro o tóxico
se explode no peito, que seja rosa
e aos olhos alheios, um deleite
há dentro o tóxico
se explode no peito, que seja rosa
e aos olhos alheios, um deleite
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
o sonho adormece antes do amanhecer
que faz o vento na minha janela?
percebe minha dor
e pensa espalhá-la?
agora infesta a noite e me alivia?
se é minha, deixe que dela cuido eu
se comprimo
há de qualquer hora explodir
então se fará rosa
não de Hiroshima
que contamina
rosa dos meus disfarces
rosa de minha ruína
que qualquer turista fotografa
e guarda como quem já esteve em Roma
Ivone fs - (1:28 - 02/12/2010)
percebe minha dor
e pensa espalhá-la?
agora infesta a noite e me alivia?
se é minha, deixe que dela cuido eu
se comprimo
há de qualquer hora explodir
então se fará rosa
não de Hiroshima
que contamina
rosa dos meus disfarces
rosa de minha ruína
que qualquer turista fotografa
e guarda como quem já esteve em Roma
Ivone fs - (1:28 - 02/12/2010)
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
A essência de um chamado
as noites
essas que foram
e aqui estão
releituras em verso e prosa
abraçam-me
tomando minhas coxas
mamilos ardentes
diante de seus olhos
os meus
não era, acaso, a rebeldia buscando o arcaico ?
a poesia transgressiva gozando num leito dos impossíveis?
poetas malditos
transcêndência surrealista
a palavra arde e marca
essas que foram
e aqui estão
releituras em verso e prosa
abraçam-me
tomando minhas coxas
mamilos ardentes
diante de seus olhos
os meus
não era, acaso, a rebeldia buscando o arcaico ?
a poesia transgressiva gozando num leito dos impossíveis?
poetas malditos
transcêndência surrealista
a palavra arde e marca
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
terça-feira, 16 de novembro de 2010
criamos e matamos na mesma intensidade no mesmo ritmo acelerado em que todos nos encontramos nesse tempo de expectativas desilusões de becos sem saída em que não respeitamos nem a nós mesmos enquanto seguimos procurando modelos em quem nos identificamos e perdemos nossa identidade em favor de uma ansiedade impulsiva buscando um prazer momentâneo a qualquer custo...
sejamos discretos. antes de sair e apagar a luz é conveniente se certificar que todos estão distraídos em seus afazeres, não causar alarde para os proteger. convém que tudo esteja, inda que aparentemente, em seus devidos lugares. convém não se atrasar.não fazemos falta, quando todos têm sua ocupação podemos desligar o cordão.
domingo, 14 de novembro de 2010
meu pai sempre acreditou que sou muito inteligente. sempre acreditou que sou sossegada. sempre disse que sou lenta para fazer as coisas. sempre achou que não me apavoro com nada. toda vez que ele me vê - a gente se vê muito pouco, ele mora um pouco longe - ele me abraça diz rindo: "você está muito apavorada, hoje?" e depois dá uma gargalhada e diz: "você nunca se apavora". eu sempre rio concordando com ele...
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Aguda
na crueza de unhas gastas
o sol se põe outono
numa parede escarlate
gotejou a noite
o soro lento compassado
sangue sangue
a cor do sonho
sem rivotril
para onde?
dorme a dor desamparada
num berço ordinário
meu corpo
o sol se põe outono
numa parede escarlate
gotejou a noite
o soro lento compassado
sangue sangue
a cor do sonho
sem rivotril
para onde?
dorme a dor desamparada
num berço ordinário
meu corpo
domingo, 31 de outubro de 2010
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Coisas de poeta (Samuel e eu)
Ivone - uma coisa se liga à outra... em volta do sol há pontos de encontro
Samuel - Como se fosse raios de luz interligados pelas pontas das sombras das árvores, embaixo...
Ivone - ouve! não é um solo! é uma orquestra inteira! as folhas dançam...as letras se misturam....a noite permite que se perca o senso...rs
Samuel - A noite sempre permite... Ela tem uma naturalidade em permitir o frio, o escuro, o sons... uma orquestra!
Ivone - e ela mesma é tão quieta...
Samuel - Como se fosse raios de luz interligados pelas pontas das sombras das árvores, embaixo...
Ivone - ouve! não é um solo! é uma orquestra inteira! as folhas dançam...as letras se misturam....a noite permite que se perca o senso...rs
Samuel - A noite sempre permite... Ela tem uma naturalidade em permitir o frio, o escuro, o sons... uma orquestra!
Ivone - e ela mesma é tão quieta...
Cântaro
Mergulha-te
em torrencial derrame
o gosto, eis o que fica
"O gosto é a qualidade fundamental que resume todas as demais qualidades. É o nec plus ultra da inteligência." É só através dele que o gênio é a saúde suprema e... o equilíbrio de todas as faculdades"...Os cantos de Maldoror - Lautréamont
em torrencial derrame
o gosto, eis o que fica
"O gosto é a qualidade fundamental que resume todas as demais qualidades. É o nec plus ultra da inteligência." É só através dele que o gênio é a saúde suprema e... o equilíbrio de todas as faculdades"...Os cantos de Maldoror - Lautréamont
Eu seria necessária num tempo tardio
perder-se é um jeito de ausência
é um jeito de encontro
é um jeito de misturar-se
ser massa...
mais uma...
dizer não é necessário
ousar é também não fazer nada
é meu encontro o desencontro
salvar a pele
vestir o vento
"Um nada
éramos nós, somos, continuaremos
sendo, florescendo:
a rosa-de-nada, a
rosa-de-ninguém" Paul Celan
perder-se é um jeito de ausência
é um jeito de encontro
é um jeito de misturar-se
ser massa...
mais uma...
dizer não é necessário
ousar é também não fazer nada
é meu encontro o desencontro
salvar a pele
vestir o vento
"Um nada
éramos nós, somos, continuaremos
sendo, florescendo:
a rosa-de-nada, a
rosa-de-ninguém" Paul Celan
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
a termo
não
eu nunca te amei
o amor que em mim acendia
era só meu
eu amava o amor
você?!
um espelho encantado
que estilhaçado
lhe restou
tudo o que tem:
graças ao meu amor
eu amo o amor
eu nunca te amei
o amor que em mim acendia
era só meu
eu amava o amor
você?!
um espelho encantado
que estilhaçado
lhe restou
tudo o que tem:
graças ao meu amor
eu amo o amor
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
desapego
porque tudo deve ser um presente,
assim como é um raio de sol no rosto logo de manhã
ou o vento aliviando as tensões
...assim como é o sono de nós dois...
assim como é um raio de sol no rosto logo de manhã
ou o vento aliviando as tensões
...assim como é o sono de nós dois...
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Alheios
E esse tempo que nem pensei?
Já foste em retirada?
Acaso sabes de mim?...
Eu vejo a repetição
Esses sinais...
Eu conheço esses sinais
O barco dança: é culpa do mar
Quem sabe o que vem?
Conselho inconsciente: "deixar a palavra esfriando"
O mar transbordou
Eu morro afogada
Já foste em retirada?
Acaso sabes de mim?...
Eu vejo a repetição
Esses sinais...
Eu conheço esses sinais
O barco dança: é culpa do mar
Quem sabe o que vem?
Conselho inconsciente: "deixar a palavra esfriando"
O mar transbordou
Eu morro afogada
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Na avenida Paulista outra vez...
Tomo nota:
*"Ele me diz com o ar um pouco mimado que a arte é aquilo que ajuda a escapar da inércia."
eu rio
a arte é o caminho sem volta...(e por acaso, há alguma volta?)
eu deixo teu sangue se misturar ao meu
amanheço em delírio
ando pelas calçadas da cidade
as cores e luzes das fachadas dos prédios em frenesi
palavras em reprise encobrem o som dos motores e das buzinas dos autos
imagens que rememoro
o som do teu nome
grafites. riscos desalinhados. a pressa da arte em perpetuar-se
paralisam meus olhos
ouço o baque das botas
não vejo os rostos
vultos
o vento retorce meus cabelos
faróis vermelhos
passos passos passos
só vejo você
a Avenida Paulista desaparece...
(ivone fs) * Ana Cristina Cesar - Luvas de Pelica
*"Ele me diz com o ar um pouco mimado que a arte é aquilo que ajuda a escapar da inércia."
eu rio
a arte é o caminho sem volta...(e por acaso, há alguma volta?)
eu deixo teu sangue se misturar ao meu
amanheço em delírio
ando pelas calçadas da cidade
as cores e luzes das fachadas dos prédios em frenesi
palavras em reprise encobrem o som dos motores e das buzinas dos autos
imagens que rememoro
o som do teu nome
grafites. riscos desalinhados. a pressa da arte em perpetuar-se
paralisam meus olhos
ouço o baque das botas
não vejo os rostos
vultos
o vento retorce meus cabelos
faróis vermelhos
passos passos passos
só vejo você
a Avenida Paulista desaparece...
(ivone fs) * Ana Cristina Cesar - Luvas de Pelica
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
abstração
só me interessam as verdades ocultas, implícitas
as indizíveis
estou a procura do sentido ínfimo
da expressão
essa que marca sob a pele
e anda com peito inflado contra o vento
preciso de um toque que vaze meu coração
que inunde toda essa falta de ilusão
que o derramamento venha da torre mais alta da cidade
e caia feito estacas sobre os desavisados
eu não tolero mais o padrão
as indizíveis
estou a procura do sentido ínfimo
da expressão
essa que marca sob a pele
e anda com peito inflado contra o vento
preciso de um toque que vaze meu coração
que inunde toda essa falta de ilusão
que o derramamento venha da torre mais alta da cidade
e caia feito estacas sobre os desavisados
eu não tolero mais o padrão
sábado, 11 de setembro de 2010
Bateia
e quanto mais velha mais sábia:
deixou as delicadezas
odiou de vez o que tentava camuflar em meias palavras
via, finalmente, graça no ser humano
estar só ou acompanhada
participar ou assistir
investir, despir-se
não é mera opção
o rio sempre corre pro mar
haja pedra
haja chuva
haja sol
haja o que houver
dizer nada, gritar, calar
excrementos que vagam ao vento
escrever é dar forma ao pensamento
o ócio é coisa pra vegetais
vício é pedra também
que nem um sambinha de uma nota só
a diferença que faz ou tanto faz
é o que sobra num batear
deixou as delicadezas
odiou de vez o que tentava camuflar em meias palavras
via, finalmente, graça no ser humano
estar só ou acompanhada
participar ou assistir
investir, despir-se
não é mera opção
o rio sempre corre pro mar
haja pedra
haja chuva
haja sol
haja o que houver
dizer nada, gritar, calar
excrementos que vagam ao vento
escrever é dar forma ao pensamento
o ócio é coisa pra vegetais
vício é pedra também
que nem um sambinha de uma nota só
a diferença que faz ou tanto faz
é o que sobra num batear
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Ah...
você reclama minha presença
reclama minha ausência
reclama só e não me chama
brasa sob cinzas
deixe assim como está
deixe ao deusdará
deixe estar
quando eu passar
guarde em sentinela
a rainha o castelo
seus artifícios
seu ofício
seu tremor
mais que tudo isso:
resguardo
à parte:
um disfarce
circundando, agora,
à óleo, seus olhos :
um horizonte de Goya
um céu de Frida Kaho...
um apelo nada vulgar
em compensação
reclama minha ausência
reclama só e não me chama
brasa sob cinzas
deixe assim como está
deixe ao deusdará
deixe estar
quando eu passar
guarde em sentinela
a rainha o castelo
seus artifícios
seu ofício
seu tremor
mais que tudo isso:
resguardo
à parte:
um disfarce
circundando, agora,
à óleo, seus olhos :
um horizonte de Goya
um céu de Frida Kaho...
um apelo nada vulgar
em compensação
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Harmonia
ironia para o que cabe
silêncio para o que cabe
obsessão para o que cabe
sarcasmo para o que cabe
palavras para o que cabe
explicação para o que cabe
agradecimento para o que cabe
reconhecimento para o que cabe
oração para o que cabe
vingança para o que cabe
lembrança para o que cabe
respeito para o que cabe
desprezo para o que cabe
perdão para o que cabe
cegueira para o que cabe
fingimento para o que cabe
distância para o que cabe
amnésia para o que cabe
avanço para o que cabe
sensibilidade para o que cabe
exposição para o que cabe
isolamento para o que cabe
ousadia para o que cabe
sedução para o que cabe
olhar para o que cabe
suavidade para o que cabe
receio para o que cabe
medo para o que cabe
tensão para o que cabe
sonhos para o que cabe
alegria para o que cabe...
...para o que cabe
silêncio para o que cabe
obsessão para o que cabe
sarcasmo para o que cabe
palavras para o que cabe
explicação para o que cabe
agradecimento para o que cabe
reconhecimento para o que cabe
oração para o que cabe
vingança para o que cabe
lembrança para o que cabe
respeito para o que cabe
desprezo para o que cabe
perdão para o que cabe
cegueira para o que cabe
fingimento para o que cabe
distância para o que cabe
amnésia para o que cabe
avanço para o que cabe
sensibilidade para o que cabe
exposição para o que cabe
isolamento para o que cabe
ousadia para o que cabe
sedução para o que cabe
olhar para o que cabe
suavidade para o que cabe
receio para o que cabe
medo para o que cabe
tensão para o que cabe
sonhos para o que cabe
alegria para o que cabe...
...para o que cabe
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Rifa de encantamentos (Para Sr. T)
Eu te culmino de olhar-te
Aço rubro
Entreposto do passado
Faço-te espelho
Silêncio de um reflexo
Espectro
Vagas imóvel ao acaso
Cama desnuda
de lençóis idálios
Um deus te cobre
e nos faz meio
(Nunca estiveras assim, sob a sombra de uma luz)
Se antes guardavas a melancolia naufragada
Guardo agora minha face a reavivar-te
Bebo teu repouso escarlate
Abre-te belo e me contagia na tua eternidade
Vê, nem sempre renuncia a flor sufocada por espaço
Curva-se a haste
E altiva por onde deseja
Quem deterá se te lanças?
Sabemo-lo o motivo
Inda que imóvel e muda a boca
Respiro adjetivo
Colho da tua presença a embriaguez
De palavras grávidas em hora de parto
Atam-me as formas em ruínas
Um aroma doce me desperta...
Aço rubro
Entreposto do passado
Faço-te espelho
Silêncio de um reflexo
Espectro
Vagas imóvel ao acaso
Cama desnuda
de lençóis idálios
Um deus te cobre
e nos faz meio
(Nunca estiveras assim, sob a sombra de uma luz)
Se antes guardavas a melancolia naufragada
Guardo agora minha face a reavivar-te
Bebo teu repouso escarlate
Abre-te belo e me contagia na tua eternidade
Vê, nem sempre renuncia a flor sufocada por espaço
Curva-se a haste
E altiva por onde deseja
Quem deterá se te lanças?
Sabemo-lo o motivo
Inda que imóvel e muda a boca
Respiro adjetivo
Colho da tua presença a embriaguez
De palavras grávidas em hora de parto
Atam-me as formas em ruínas
Um aroma doce me desperta...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Às vezes
...tenho uma sensação estranha... de que o que era meu foi roubado... não que fosse meu, no sentido de posse... às vezes eu sinto um desconforto naquela que pensa que detém o que eu penso que é meu...
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
sem prévia
se eu disser
que teu beijo é escuro
não os olhos fechados
o braço o ato
o transporte o corte
o teu beijo é escuro
de gelo
não de frio
de cor
blecaute
o mundo pariu
deu à luz a sua única semelhança
no ponto em que cega
entrega
seu eu disser
que teu beijo é escuro
é vertigem
dedico este poema ao meu amigo, escritor, Marcelo Mirisola
pça. Roosevelt - 14/08/2010 -
que teu beijo é escuro
não os olhos fechados
o braço o ato
o transporte o corte
o teu beijo é escuro
de gelo
não de frio
de cor
blecaute
o mundo pariu
deu à luz a sua única semelhança
no ponto em que cega
entrega
seu eu disser
que teu beijo é escuro
é vertigem
dedico este poema ao meu amigo, escritor, Marcelo Mirisola
pça. Roosevelt - 14/08/2010 -
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Moro no estrangeiro
tenho motivos de sobra
herança de faltas
um núcleo infesto
...tudo contra minha vontade
tentáculos atingem meus olhos
é quando acordo
...ele nem sabe que é melhor manter a distância
e eu nem sei se por mim ou por ele
herança de faltas
um núcleo infesto
...tudo contra minha vontade
tentáculos atingem meus olhos
é quando acordo
...ele nem sabe que é melhor manter a distância
e eu nem sei se por mim ou por ele
terça-feira, 10 de agosto de 2010
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Sombria III
insossa
tinha em quem se ancorar
sua marca era fingir e ignorar
por isso aquele sempre riso chocho
de menina boazinha
dá pra imaginar?
tinha em quem se ancorar
sua marca era fingir e ignorar
por isso aquele sempre riso chocho
de menina boazinha
dá pra imaginar?
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
À Jack Kerouac
terça-feira, 27 de julho de 2010
desenho
se desenhasse tua boca
ia direto à língua
que nem Michelangelo
que toca o cadáver
a descobrir o músculo
no tato
exporia ao mundo
o que não se vê
na corrente sanguínea
que estremece o intocável
ser
ser nua a esfinge
na fissura da lâmina
que nem o dedo de Deus
a dispensar altares
e espalhar as cores
em forma de querubins
me cerceando
o pecado é santo
a língua limpa
a língua
a língua
sou pura demais
e o preço é alto
não falo de amor
não falo de conveniências
sou toda inconveniência
e você
acorrentado nesse pedestal
detentor da própria chave
nenhuma decisão me cabe
ah! se adivinhasses o quanto me custa!
Ivone fs
_________________________________________________________
◘ escolhi alguns COMENTÁRIOS do BDE pra postar aqui:
1. "Que lindo Ivone! Mais um motivo para tua inspiração ser invejada. " Ruy Vilani
2. "querida parceira
Sempre de leve
tem um toque
que a gente as vezes
nem sente
mas sabe
porque arrepia
mesmo sem saber
de onde vem... " Ivo
3. "Fodaço de bom!!
nesse tom de solilóquio não é fácil de escrever. é para quem tem agulha afiada!
e Iv, fia esses monólogos como ninguém. Acho até que deveria escrever mais nesse estilo, lindama." Calaça
4. "iv, e se vc cantasse como quem transborda, baldeada, encanto e bons augurios?
..será q alcançaria o outro lado =) " Lanoia
ia direto à língua
que nem Michelangelo
que toca o cadáver
a descobrir o músculo
no tato
exporia ao mundo
o que não se vê
na corrente sanguínea
que estremece o intocável
ser
ser nua a esfinge
na fissura da lâmina
que nem o dedo de Deus
a dispensar altares
e espalhar as cores
em forma de querubins
me cerceando
o pecado é santo
a língua limpa
a língua
a língua
sou pura demais
e o preço é alto
não falo de amor
não falo de conveniências
sou toda inconveniência
e você
acorrentado nesse pedestal
detentor da própria chave
nenhuma decisão me cabe
ah! se adivinhasses o quanto me custa!
Ivone fs
_________________________________________________________
◘ escolhi alguns COMENTÁRIOS do BDE pra postar aqui:
1. "Que lindo Ivone! Mais um motivo para tua inspiração ser invejada. " Ruy Vilani
2. "querida parceira
Sempre de leve
tem um toque
que a gente as vezes
nem sente
mas sabe
porque arrepia
mesmo sem saber
de onde vem... " Ivo
3. "Fodaço de bom!!
nesse tom de solilóquio não é fácil de escrever. é para quem tem agulha afiada!
e Iv, fia esses monólogos como ninguém. Acho até que deveria escrever mais nesse estilo, lindama." Calaça
4. "iv, e se vc cantasse como quem transborda, baldeada, encanto e bons augurios?
..será q alcançaria o outro lado =) " Lanoia
segunda-feira, 26 de julho de 2010
meu manifesto
◘
silêncio
infesto
(não dói mais, antes doesse)
◘
cruzei os braços
e descruzei os dedos
◘
vou na onda que desejar é um desajuste
◘
nunca fui de convencer ninguém
eu inclusive
◘
Pra ficar do meu lado precisa ter coragem
◘
Tudo o que eu digo voa
a voz é um barulho curto
pra entrar precisa ser raso
pra ficar precisa de agulha
◘
tudo que precisa é desnecessário
silêncio
infesto
(não dói mais, antes doesse)
◘
cruzei os braços
e descruzei os dedos
◘
vou na onda que desejar é um desajuste
◘
nunca fui de convencer ninguém
eu inclusive
◘
Pra ficar do meu lado precisa ter coragem
◘
Tudo o que eu digo voa
a voz é um barulho curto
pra entrar precisa ser raso
pra ficar precisa de agulha
◘
tudo que precisa é desnecessário
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Coitadinho...
Há quem detém
tem um Tejo
e mais vale um pássaro na mão: preso
____________
Alguns comentários no Bar do Escritor
"O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia."
- Fernado Pessoa -
Gostei Ivone! "
(Tim Soares)
"Há quem guarde um rio nas mãos.
sem alegria, há um pássaro entre os dedos,
próximo dos olhos e do chão.
Bem sacado,Ivone "
(Raimundo)
"Iv,
se não pode ter um Tejo, serve um Capibaribe? ;))
se põe ao mar em Recife...
1 beijo daqui. "
(Márcia M)
Márcia,
se de Recife, o rio
ou esse Tejo
é do mar o seu despejo
é da terra o meu desejo
Ivone fs
"se longe é o Tejo,
é perto o Capibaribe.
vá, Iv... vá Iv... "
Antoniel
"lendo esse clássico teu, remeto-me aos dias de hoje: caso goleiro Bruno.
Melhor sozinho livre, que várias amantes e preso. Rsrsrs "
Paulo
tem um Tejo
e mais vale um pássaro na mão: preso
____________
Alguns comentários no Bar do Escritor
"O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia."
- Fernado Pessoa -
Gostei Ivone! "
(Tim Soares)
"Há quem guarde um rio nas mãos.
sem alegria, há um pássaro entre os dedos,
próximo dos olhos e do chão.
Bem sacado,Ivone "
(Raimundo)
"Iv,
se não pode ter um Tejo, serve um Capibaribe? ;))
se põe ao mar em Recife...
1 beijo daqui. "
(Márcia M)
Márcia,
se de Recife, o rio
ou esse Tejo
é do mar o seu despejo
é da terra o meu desejo
Ivone fs
"se longe é o Tejo,
é perto o Capibaribe.
vá, Iv... vá Iv... "
Antoniel
"lendo esse clássico teu, remeto-me aos dias de hoje: caso goleiro Bruno.
Melhor sozinho livre, que várias amantes e preso. Rsrsrs "
Paulo
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Movimento
Ora,
se universo
dentro sujeito
calma,
também me isento
daí aceito
de bom grado
de bom humor
e também me dou
se universo
dentro sujeito
calma,
também me isento
daí aceito
de bom grado
de bom humor
e também me dou
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Qual o tamanho do mundo?
o menino olhava pela janela. olhar fixo no horizonte:
- o mundo é do tamanho de minhas idéias e do tamanho de tudo que eu quiser que seja, mas isso se eu fosse um matemático. o problema é que não sou matemático. então, qual o tamanho do mundo? saber o tamanho do mundo talvez ajudasse a me situar nele - tão exato, ele parece - mas daí eu ia querer que ele fosse maior que tudo que eu conhecesse e ia perguntar outra coisa:
qual o tamanho de minhas idéias? e voltaria pra matemática... tão inexata, me parece.
(Ivone fs)
- o mundo é do tamanho de minhas idéias e do tamanho de tudo que eu quiser que seja, mas isso se eu fosse um matemático. o problema é que não sou matemático. então, qual o tamanho do mundo? saber o tamanho do mundo talvez ajudasse a me situar nele - tão exato, ele parece - mas daí eu ia querer que ele fosse maior que tudo que eu conhecesse e ia perguntar outra coisa:
qual o tamanho de minhas idéias? e voltaria pra matemática... tão inexata, me parece.
(Ivone fs)
terça-feira, 29 de junho de 2010
Costas
o sol não nascia hoje
“é uma noite eterna”, eu pensava
a cama me expelia, mas eu não saía
o motivo era uma mochila nas costas
uma promessa vaga e o gosto de um beijo
eu fiquei no gosto desse beijo e no vago dessa promessa
que era para o fim do dia
(Ivone fs)
“é uma noite eterna”, eu pensava
a cama me expelia, mas eu não saía
o motivo era uma mochila nas costas
uma promessa vaga e o gosto de um beijo
eu fiquei no gosto desse beijo e no vago dessa promessa
que era para o fim do dia
(Ivone fs)
domingo, 27 de junho de 2010
Conexão Recife-São Paulo
....................................Para: Rafael M.S.
quem é esse que mora dentro de mim, que dentro do meu peito fixa um olhar de estrelas, que desce do céu e cruza os braços pra que eu não o toque?
quem é esse que faz do mundo um deserto, um assolamento atômico, que me reduz à crueza de espelhos?
quem é esse que elimina minhas fantasias, desorganiza meu caos, me veste de tristeza, me enfurece e vai embora?
e agora?
quem é esse que nega a canção contida nos vinhos, que cruza a passagem e não pousa?
quem é esse entre o reboque e o rebusco, o gelo?
quem é esse apanhador de sonhos que foge da cilada para, talvez, se livrar do terror e cai numa emboscada?
que faz do laço a sua liberdade? agora é tarde?
quem é esse que diz que tudo pode virar literatura? cura?
se o escritor não vacila? de quem esses pedaços, essas fendas, tremores, o tiro no momento em que voa a bala, a costela assada a ser devorada, os dedos ensanguentados, tortura, tontura. o voo de ilusões insaciáveis, essas indefinições, desassossego, o complexo, o avesso, a sua tirania?
sobre ele o peso que o faz lamber o pó
a água no pote vazio
do fogo, a lança da chama
do vento, o mistério dele parado
os tambores estão encharcados de um amargo licor
o escritor caído fora de si
causador de suas inevitáveis façanhas
colecionador de raridades
...
os teus olhos têm a intocável luz da lua cheia
e a mesma distância dos desconhecidos
(Ivone fs)
quem é esse que mora dentro de mim, que dentro do meu peito fixa um olhar de estrelas, que desce do céu e cruza os braços pra que eu não o toque?
quem é esse que faz do mundo um deserto, um assolamento atômico, que me reduz à crueza de espelhos?
quem é esse que elimina minhas fantasias, desorganiza meu caos, me veste de tristeza, me enfurece e vai embora?
e agora?
quem é esse que nega a canção contida nos vinhos, que cruza a passagem e não pousa?
quem é esse entre o reboque e o rebusco, o gelo?
quem é esse apanhador de sonhos que foge da cilada para, talvez, se livrar do terror e cai numa emboscada?
que faz do laço a sua liberdade? agora é tarde?
quem é esse que diz que tudo pode virar literatura? cura?
se o escritor não vacila? de quem esses pedaços, essas fendas, tremores, o tiro no momento em que voa a bala, a costela assada a ser devorada, os dedos ensanguentados, tortura, tontura. o voo de ilusões insaciáveis, essas indefinições, desassossego, o complexo, o avesso, a sua tirania?
sobre ele o peso que o faz lamber o pó
a água no pote vazio
do fogo, a lança da chama
do vento, o mistério dele parado
os tambores estão encharcados de um amargo licor
o escritor caído fora de si
causador de suas inevitáveis façanhas
colecionador de raridades
...
os teus olhos têm a intocável luz da lua cheia
e a mesma distância dos desconhecidos
(Ivone fs)
terça-feira, 22 de junho de 2010
ad-vertencia
Não meu amor!
te prefiro simples
os adornos te afastam
e os cálices te iludem.
Ivone F Santos

Criar seu atalho
te prefiro simples
os adornos te afastam
e os cálices te iludem.
Ivone F Santos

Criar seu atalho
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Sombria II
a bailarina dança porque a música a impulsiona e seus pés se elevam e ela se curva, e tem um corpo ereto e rijo até quando se dobra.
a bailarina será sempre dura e seca e ninguém jamais dirá que ela não seja bela.
a bailarina será sempre dura e seca e ninguém jamais dirá que ela não seja bela.
domingo, 13 de junho de 2010
Sombria
acabou que era um dia tão cansado de gestos de gentes indelicadas que nem adiantava lavar as mãos
acabou que era um dia de olhos e ouvidos mobiliados ilustrados num livro de Tim Burton, tão surreal quanto esta afirmação
acabou que era um dia de olhos e ouvidos mobiliados ilustrados num livro de Tim Burton, tão surreal quanto esta afirmação
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Cut up
eu vi todas as cores serem quebradas
um dia que jamais amanhece
minha vontade voraz vital estrangulada
não contive o desejo de uma prova que me fizesse crer
azul, como o horizonte ao meio dia em um dia de sol
findado em tortura e urros
não compartilharei das alegrias que abraçam vespas
nem mergulho nas águas de seus olhos
nem no zig-zag de suas linhas
traços verticais em vorazes ondulações
acima, como um imaginário alçar
até perder de vista, alçar, alçar
ouvir tão somente o roçar das asas
desenhados em meus recortes
um dia que jamais amanhece
minha vontade voraz vital estrangulada
não contive o desejo de uma prova que me fizesse crer
azul, como o horizonte ao meio dia em um dia de sol
findado em tortura e urros
não compartilharei das alegrias que abraçam vespas
nem mergulho nas águas de seus olhos
nem no zig-zag de suas linhas
traços verticais em vorazes ondulações
acima, como um imaginário alçar
até perder de vista, alçar, alçar
ouvir tão somente o roçar das asas
desenhados em meus recortes
quinta-feira, 27 de maio de 2010
e que diferença faz?
tem noite que a gente olha pro céu e vê distintamente tudo que ele apresenta
quem é lua
estrela
meteoro
e olha pra terra e tem a mesma claridade
quem agrega
quem suavisa
quem amarga
quem não é nada...
quem é lua
estrela
meteoro
e olha pra terra e tem a mesma claridade
quem agrega
quem suavisa
quem amarga
quem não é nada...
quinta-feira, 20 de maio de 2010
De madrugada
via todas as coisas
nem sempre ligava
alheia?
nem sempre. ligava!
sabia guardadas
suas aliadas
e se fazia mar
e se fazia seca
seca, não ligava
fosse coisa à toa
o mar, nem sentia
em sua boca
nem sempre ligava
alheia?
nem sempre. ligava!
sabia guardadas
suas aliadas
e se fazia mar
e se fazia seca
seca, não ligava
fosse coisa à toa
o mar, nem sentia
em sua boca
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Externo
silêncio
embaixo das folhas noturnas
nos arbustos quietos
empastrados de poluição:
densidade hipnótica
torno-me arbusto
fosse apenas uma imagem
um canto
um pano de fundo
jazz
um tributo aos sentidos,
do céu, as estrelas se desprenderiam, certamente,
ao ajuste das cores
o celular toca...
embaixo das folhas noturnas
nos arbustos quietos
empastrados de poluição:
densidade hipnótica
torno-me arbusto
fosse apenas uma imagem
um canto
um pano de fundo
jazz
um tributo aos sentidos,
do céu, as estrelas se desprenderiam, certamente,
ao ajuste das cores
o celular toca...
domingo, 18 de abril de 2010
no que te tornas
ainda que te roubem o sorriso
numa repulsa te vomitem vermes
ainda que por um instante te fizerem crer
de um passado, um retrato abissal
de um presente, o que dele restou: ( )
ainda que sentidos sobressaltos em altas doses
irreversível o retoque, se já in-trincado
ainda que falte o chão
ainda que falte o ar
ainda que falte a fala
ainda que falte o verso (porque és poeta!)
e em nenhum lugar te encontrares
e nenhum lugar te sobrar
hás de te consolares, pois de ti não partirás
numa repulsa te vomitem vermes
ainda que por um instante te fizerem crer
de um passado, um retrato abissal
de um presente, o que dele restou: ( )
ainda que sentidos sobressaltos em altas doses
irreversível o retoque, se já in-trincado
ainda que falte o chão
ainda que falte o ar
ainda que falte a fala
ainda que falte o verso (porque és poeta!)
e em nenhum lugar te encontrares
e nenhum lugar te sobrar
hás de te consolares, pois de ti não partirás
quarta-feira, 14 de abril de 2010
febril
sinto nos olhos
cinzas
lágrimas correm mais quente neste estado
o silêncio ensurdece num funil
a gente perde a postura
qualquer coisa a fazer
um chá
a muda de roupa para dormir
demaquilantes
creme anti age
ataduras
vou dormir no sofá enquanto crio coragem
cinzas
lágrimas correm mais quente neste estado
o silêncio ensurdece num funil
a gente perde a postura
qualquer coisa a fazer
um chá
a muda de roupa para dormir
demaquilantes
creme anti age
ataduras
vou dormir no sofá enquanto crio coragem
Num mesmo tempo (para Maitan)
Num mesmo tempo (para Maitan)
em mim você nasce:
que manhã não há de ser nova?
se essa voz é sua, ouço
ouço sua voz
e escalo
pra ouvir mais de dentro...
a essa altura,
nem uma palavra mais
em mim você nasce:
que manhã não há de ser nova?
se essa voz é sua, ouço
ouço sua voz
e escalo
pra ouvir mais de dentro...
a essa altura,
nem uma palavra mais
sob a pele [à flor da pele]
quero tua voz
minha boca entreaberta
meu olhar ligado
no teu
quero o mundo inteiro calado
o momento congelado
as aflições perdendo o medo
Quero um sorriso jogado no nada
meio tímido atrelado
a um suspiro
um alívio
um delírio
quero não dizer nada
ouvindo teus gestos
colhendo os segredos
livremente encarcerada
como sonhar acordada
a história inventar
na saudade
sob a pele [à flor da pele]
no galope sucessivo
o tempo
ah, não corres o risco
na saudade
sob a pele [à flor da pele]
seras de novo
(Ivone fs)
* é música(?) me inspirei num video do Chico Buarque e Milton Nascimento "O que será" (À flor da pele)
minha boca entreaberta
meu olhar ligado
no teu
quero o mundo inteiro calado
o momento congelado
as aflições perdendo o medo
Quero um sorriso jogado no nada
meio tímido atrelado
a um suspiro
um alívio
um delírio
quero não dizer nada
ouvindo teus gestos
colhendo os segredos
livremente encarcerada
como sonhar acordada
a história inventar
na saudade
sob a pele [à flor da pele]
no galope sucessivo
o tempo
ah, não corres o risco
na saudade
sob a pele [à flor da pele]
seras de novo
(Ivone fs)
* é música(?) me inspirei num video do Chico Buarque e Milton Nascimento "O que será" (À flor da pele)
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Fim de tarde
estive serena
e descobri coisas
um leão cochilando é um cordeiro
um vacilo mata mais rápido que um leão
descobri que ninguém detém doçura e gentileza vinte e quatro horas seguidas
há reféns e fingem
e peso e custo e explosões e apelos
descobri que ódio e inveja são sempre provocados e não há veneno que os extermine
há tréguas banimentos nunca o esquecimento
descobri a escravidão da bondade
submissão
e há outra bondade
essa é rainha tirana
descobri a sensação de ser meio
passagem
quando lambem sua língua com a saliva do diabo pelo próximo degrau
descobri obviedades
e não há quem se salve
só amo quem me ama
e não tolero os covardes
admito os fracos
que não suportam ser menos
porque são
sempre comem na mão
e sobre os altivos
não tenho qualquer palavra
é muita vastidão
dá vertigem
e descobri coisas
um leão cochilando é um cordeiro
um vacilo mata mais rápido que um leão
descobri que ninguém detém doçura e gentileza vinte e quatro horas seguidas
há reféns e fingem
e peso e custo e explosões e apelos
descobri que ódio e inveja são sempre provocados e não há veneno que os extermine
há tréguas banimentos nunca o esquecimento
descobri a escravidão da bondade
submissão
e há outra bondade
essa é rainha tirana
descobri a sensação de ser meio
passagem
quando lambem sua língua com a saliva do diabo pelo próximo degrau
descobri obviedades
e não há quem se salve
só amo quem me ama
e não tolero os covardes
admito os fracos
que não suportam ser menos
porque são
sempre comem na mão
e sobre os altivos
não tenho qualquer palavra
é muita vastidão
dá vertigem
sexta-feira, 26 de março de 2010
Pretensões
quero andar pelos carros e não ouvir os rugidos (sonho)
a essência da poesia aos gritos:
ando cansada de tapar os ouvidos
canais poluídos
excessos de auto propagandas
tenho tido muito enjoo
poesias de cordões
marionetes
e ainda há quem diga:
a minha sim é poesia! muita pretensão...
"sei lá, foda-se, na boa"
vamos jogar conversa fora
"sem essa" de falar sério
mas fale de mim que falo de você
e nos tornaremos imbatívies
a poesia? a poesia é mera consequência
que seria dela sem mim?!
a essência da poesia aos gritos:
ando cansada de tapar os ouvidos
canais poluídos
excessos de auto propagandas
tenho tido muito enjoo
poesias de cordões
marionetes
e ainda há quem diga:
a minha sim é poesia! muita pretensão...
"sei lá, foda-se, na boa"
vamos jogar conversa fora
"sem essa" de falar sério
mas fale de mim que falo de você
e nos tornaremos imbatívies
a poesia? a poesia é mera consequência
que seria dela sem mim?!
quarta-feira, 24 de março de 2010
Cores de outono
as folhas do outono
aguçam olhares ao tempo
nostalgia
o vento bate morno
e já arrepia:
que medo é esse desfolhando as cores?
aguçam olhares ao tempo
nostalgia
o vento bate morno
e já arrepia:
que medo é esse desfolhando as cores?
domingo, 14 de março de 2010
círculo (Para Rita Medusa)

eram formas e meios
quadrados cápsulas globos cilindros cigarros canções
Ginsberg Borges Burroughs Kerouac Bukowski
euforia medo loucura apatia apatia loucura medo euforia
vozes
doses
sono...
profundo como um céu invertido
o abismo
sem nenhum sentido
o mundo
num quase impossível riso: - sei lá - dizia
- na anti-sala o tic tac jamais perde o compasso
vigia
.
quadrados cápsulas globos cilindros cigarros canções
Ginsberg Borges Burroughs Kerouac Bukowski
euforia medo loucura apatia apatia loucura medo euforia
vozes
doses
sono...
profundo como um céu invertido
o abismo
sem nenhum sentido
o mundo
num quase impossível riso: - sei lá - dizia
- na anti-sala o tic tac jamais perde o compasso
vigia
.
quarta-feira, 3 de março de 2010
seja feita a nossa vontade
clareia, dia!
oh dia!
que eu te leve pelas mãos e não pela barriga
clareia, dia!
a caneta ou o teclado dos poetas
que ao menos um soco eu leve
e com um olho roxo te enxergue
que não sejas mais um
café - desjejum
almoço com hora determinada
jantar obrigando salada
clareia, dia!
oh dia!
que sejas de fato novo!
oh dia!
que eu te leve pelas mãos e não pela barriga
clareia, dia!
a caneta ou o teclado dos poetas
que ao menos um soco eu leve
e com um olho roxo te enxergue
que não sejas mais um
café - desjejum
almoço com hora determinada
jantar obrigando salada
clareia, dia!
oh dia!
que sejas de fato novo!
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
não se fixa uma prancha sobre as ondas
se alta entorpecia
a língua
em vertigem
engolia o maior vômito futuro
cantava Ben Jor: "...e que se pode voar sozinho até as estrelas"
segredos explícitos
negados
nas rutiladas retinas expostos
- o mar é morto o brilho é só memória -
esse gosto de querer adivinhar
de afirmar e negar
de negar afirmar
passado passado passando pulsando
intermitente
a língua
em vertigem
engolia o maior vômito futuro
cantava Ben Jor: "...e que se pode voar sozinho até as estrelas"
segredos explícitos
negados
nas rutiladas retinas expostos
- o mar é morto o brilho é só memória -
esse gosto de querer adivinhar
de afirmar e negar
de negar afirmar
passado passado passando pulsando
intermitente
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
dia primeiro
este ano não fiz lista
nem pedido algum pro Senhor do Bonfim
pulei ondas pra relaxar
e roubei as rosas de Iemanjá
nem pedido algum pro Senhor do Bonfim
pulei ondas pra relaxar
e roubei as rosas de Iemanjá
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