terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Sobre ilusões amorosas

Embaixo do sono
vão sonhos entorpecidos
de um desejo,

que antes assíduo,
mas depois do ato
só vaidade e desacato

Antes do fim

querer da vida
a crença que ao menos
sustenta

os olhos vidrados
o nariz em reta

e ao pé da orelha
os sussuros molhados

regando a planta
mantendo o viço
do vício de seguir

teimosia estatalando nos cascos

Terra não prometida

O lamento é uma música
de passos sumindo no horizonte

O lamento dá as costas e encara os pés

O lamento é o grito sufocado
de quem perdeu a fé e parte...

carregado.

Confronto

Entre a bebida
e os ruídos da noite
tua imagem passeia...

acelero a volta,
meia volta,
ao meu pouso curto

à merce dos móveis,
em silêncio (imóveis)

e da pouca luz
refletindo meus vestidos inéditos

- deliberadamente prontos

Acelero a volta
em mais um gole,
que devoro

e intervém

pela parte que não fala
pela parte que não cala
- intermediário que extrapola

**

Herdei a brandura
Acasalada

Duas estrelas na madrugada

Pela minha janela
Além breu

(Nós)

Nus aventurando