domingo, 18 de abril de 2010

no que te tornas

ainda que te roubem o sorriso
numa repulsa te vomitem vermes

ainda que por um instante te fizerem crer
de um passado, um retrato abissal
de um presente, o que dele restou: ( )

ainda que sentidos sobressaltos em altas doses
irreversível o retoque, se já in-trincado

ainda que falte o chão
ainda que falte o ar
ainda que falte a fala
ainda que falte o verso (porque és poeta!)

e em nenhum lugar te encontrares
e nenhum lugar te sobrar

hás de te consolares, pois de ti não partirás

2 comentários:

Anônimo disse...

Iv. Existem coincidências nessa vida que não se explicam, não se dão. Não sei porque, HOJE, EXATAMENTE HOJE, entrei no seu blog e li essa poesia. Era um instante que eu NECESSITAVA de tais palavras.
.
Essas palavras.
E só.
.
Obrigado de coração!

ivone fs disse...

Willy,
que coisa boa!
essa poesia acabou de ganhar um sentido maior.
bjss. e obrigada por deixar o comentário.