quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Rifa de encantamentos (Para Sr. T)

Eu te culmino de olhar-te
Aço rubro
Entreposto do passado

Faço-te espelho
Silêncio de um reflexo
Espectro

Vagas imóvel ao acaso
Cama desnuda
de lençóis idálios

Um deus te cobre
e nos faz meio
(Nunca estiveras assim, sob a sombra de uma luz)

Se antes guardavas a melancolia naufragada
Guardo agora minha face a reavivar-te
Bebo teu repouso escarlate
Abre-te belo e me contagia na tua eternidade

Vê, nem sempre renuncia a flor sufocada por espaço
Curva-se a haste
E altiva por onde deseja

Quem deterá se te lanças?
Sabemo-lo o motivo
Inda que imóvel e muda a boca
Respiro adjetivo

Colho da tua presença a embriaguez
De palavras grávidas em hora de parto
Atam-me as formas em ruínas
Um aroma doce me desperta...

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