nestes cômodos, onde as portas nunca levam chave e o trânsito é sem mão. percebes minha dança? há fadas em seda e eu teço nervuras em seus vestidos. elas me afrontam e procuram seu par. eles riem e abençoam seus beiços dependentes. andam em procissão. é o que me diz o teu sorriso mudo. diante da fala muda. é o que me diz, no fim das contas
do que eu sempre soube.
17/10/2008
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Palavras impressas
I -
Quanto mais quieta mais intensa a agitação encoberta
A fala presa num suspiro travado aguarda um vão neste campo de concentração
Os olhares de gelo
Os sorrisos da hipocrisia
Terrenos infestados
Todos cegos comendo tua merda
É ínfimo o instante...
Dedilhando tuas costas
A palavra inteira passou por um fio,
Percorreu direta, como um líquido injetado em tua pele
Tudo na medida, de não adivinhar, nem acrescentar
Completa. Pode-se dizer. Completa.
Vou pelo ritmo agora,
O ritmo que vier,
Direto, dentro do meu ouvido,
Fala e saliva
Respondo: com as mãos e o corpo inteiro...
II -
Todos os espaços se colidem
não há mais frente ou verso
derramei-me inteira
agora posso ir...
agora sei
que não há limite
não há berço
não há o lençol que forre
nem tão pouco o que cobre
agora sei...
III -
A febre vazou
o delírio não entorpece
que venham todas as dores
que venham e testem
até onde me querem?
Quanto mais quieta mais intensa a agitação encoberta
A fala presa num suspiro travado aguarda um vão neste campo de concentração
Os olhares de gelo
Os sorrisos da hipocrisia
Terrenos infestados
Todos cegos comendo tua merda
É ínfimo o instante...
Dedilhando tuas costas
A palavra inteira passou por um fio,
Percorreu direta, como um líquido injetado em tua pele
Tudo na medida, de não adivinhar, nem acrescentar
Completa. Pode-se dizer. Completa.
Vou pelo ritmo agora,
O ritmo que vier,
Direto, dentro do meu ouvido,
Fala e saliva
Respondo: com as mãos e o corpo inteiro...
II -
Todos os espaços se colidem
não há mais frente ou verso
derramei-me inteira
agora posso ir...
agora sei
que não há limite
não há berço
não há o lençol que forre
nem tão pouco o que cobre
agora sei...
III -
A febre vazou
o delírio não entorpece
que venham todas as dores
que venham e testem
até onde me querem?
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Ligação a cobrar
Ouço tua voz
que me chama
e reviro
À noite havia pingos
no meio da neblina
e um caminho.
que me chama
e reviro
À noite havia pingos
no meio da neblina
e um caminho.
Ainda
que houvesse
uma única razão
para dormir ao teu lado
entre estes trapos
que restaram
valeria!
não tivesse sabido
da tua tão pouca exigência...
no entanto, agora penso:
é hora de limpar estes cantos
abrir a janela e ver o sol
(a próxima atração é de quinta categoria)
eu vou, você fica.
Ivone fs....04/08/2008
uma única razão
para dormir ao teu lado
entre estes trapos
que restaram
valeria!
não tivesse sabido
da tua tão pouca exigência...
no entanto, agora penso:
é hora de limpar estes cantos
abrir a janela e ver o sol
(a próxima atração é de quinta categoria)
eu vou, você fica.
Ivone fs....04/08/2008
Índia que sou
Dos desenhos que faço na água
sobram as sombras e os olhos
Amanheço na borda do primeiro raio
e tenho o dia inédito, em preto e branco
Das securas cravadas, que me fazem sólida,
percebo as primeiras lascas caindo
De pincel nas mãos, espalho o sangue
e de vermelho tinjo minha pele nova
Há um peso...um grito na mata cerrada...
sobram as sombras e os olhos
Amanheço na borda do primeiro raio
e tenho o dia inédito, em preto e branco
Das securas cravadas, que me fazem sólida,
percebo as primeiras lascas caindo
De pincel nas mãos, espalho o sangue
e de vermelho tinjo minha pele nova
Há um peso...um grito na mata cerrada...
sábado, 15 de novembro de 2008
Arrastão
Nunca serei a pequena margem de tua visão. Se me calculas, perdes a noção. Sou limbo escorregadio, a própria onda dos ventos das estações que se repetem e nunca são as mesmas. Em cada marca, meu rosto altiva, em cada suspiro preso, meu rumo muda. Mesmo contra vontade, sigo. O tempo me chama e sempre vou, mesmo contra minha vontade...o tempo passa e sempre vou. O nosso tempo fica...o nosso tempo ficou...
**
Herdei a brandura
Acasalada
Duas estrelas na madrugada
Pela minha janela
Além breu
(Nós)
Nus aventurando
Acasalada
Duas estrelas na madrugada
Pela minha janela
Além breu
(Nós)
Nus aventurando
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
fim de tarde
Um dia sentei no teu colo
no meio da rua
fui mais nua
que a rua
e nunca mais te vi
nem nunca mais me despi
Ivonefs - 04/09/2008
no meio da rua
fui mais nua
que a rua
e nunca mais te vi
nem nunca mais me despi
Ivonefs - 04/09/2008
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