se ao menos fosse um rastro
não só aquele vulto disforme à distância
deslize de pensamentos tateando o obscuro
se ao menos fosse apreendida
ao sabor do alto teor de tua bebida
no arrepio do gelo da tua angústia
se ao menos no escuro do quarto
no múrmurio da insonia
com Shakespeare Blake Kerouac
alguma dúvida existisse
essas letras teu guia
esse tempo todo entre páginas e capas
tuas trilhas sonoras
render-se custa tão caro
se fosse afora
quão longe está nosso tempo
tão severo o sal que corta a pele
tão delicada a esperança
a secar-se ao sol
a carne crua assente a dureza
assim o desconhecido
a imagem
a cria
e teu sorriso doce
e outros tantos outros
04/12/2011
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
02/12/2011 de madrugada
quem dera reproduzir os dizeres dos poetas
palavras ditas
benditas
um ópium que me escapa horas depois de ouví-las
- nunca fui boa de memória -
colho-as
ou elas a mim
em algum lugar, o enxerto
estou grávida
e a palavra protegida como um deus
palavras ditas
benditas
um ópium que me escapa horas depois de ouví-las
- nunca fui boa de memória -
colho-as
ou elas a mim
em algum lugar, o enxerto
estou grávida
e a palavra protegida como um deus
30/11/2011
quero a honesta incontrolável desafiante agonia
quero a autonomia
quero pagar o preço
quero a liberdade
quero o amor pelo respeito
quero ser Antígona
quero a autonomia
quero pagar o preço
quero a liberdade
quero o amor pelo respeito
quero ser Antígona
30/11/2011
ansiedade
então eu me contorcia mais uma vez e parava o carro na guia, jurando, antes de ligar o cd player numa fm que teria a resposta numa música e fosse ela qual fosse assim seria, como último recurso. profetizado e fim. irritante. as fms não tocam mais músicas respostas. então eu cedia. convidava-a, a ficar à vontade, olhando-a em seu cerne. já não era eu.
então eu me contorcia mais uma vez e parava o carro na guia, jurando, antes de ligar o cd player numa fm que teria a resposta numa música e fosse ela qual fosse assim seria, como último recurso. profetizado e fim. irritante. as fms não tocam mais músicas respostas. então eu cedia. convidava-a, a ficar à vontade, olhando-a em seu cerne. já não era eu.
28/11/2011
passa
sempre passa
- mas a travessia
a luz era forte demais
o vazio era profundo demais
passa
sempre passa
sempre passa
- mas a travessia
a luz era forte demais
o vazio era profundo demais
passa
sempre passa
28/11/2011
as pessoas não amam ninguém
a não ser o conforto que lhes é proporcionado
estou farta de ver esse tipo de amor
e ainda tem aquele papo de "amor verdadeiro"
fico pensando qual seria o amor falso
a não ser o conforto que lhes é proporcionado
estou farta de ver esse tipo de amor
e ainda tem aquele papo de "amor verdadeiro"
fico pensando qual seria o amor falso
25/11/2011
havia naquela rua, ecos. não se mata as ilusões. flashes. um deslumbramento visível. o êxtase é um estágio cego inviolável impenetrável. a própria verdade. eis, pois. é em si o todo. mudo a página. assim como deixar o cansaço, após horas no banho, ralo a dentro. fashes. conto os passos como se fossem dias. passam. há, afinal, o topo da montanha! flashes. eu moro no caos. há mais nos acontecimentos.
eu diria tudo agora e digo sem pronunciar uma só palavra. seres estranhos os humanos. a lógica das histórias vistas à distância. a poucos nos rendemos. meu tempo está quase todo tomado por afazeres que me imobilizam. eu preciso do ar dessa rua e do seu silêncio na madrugada.
eu diria tudo agora e digo sem pronunciar uma só palavra. seres estranhos os humanos. a lógica das histórias vistas à distância. a poucos nos rendemos. meu tempo está quase todo tomado por afazeres que me imobilizam. eu preciso do ar dessa rua e do seu silêncio na madrugada.
23.11.2011
Talvez eu sempre estivera presa e as paredes me desafiando. é espessa a parede. disso nunca duvidei. é espessa e dela nem mesmo o pó muitas vezes consigo tirar. marcas de mãos. marcas do tempo. marcas da prisão. eu fazia minhas danças e abençoava o assoalho pelo dia de amanhã. tudo mais espesso. marcas de meus pés. idas e voltas. sozinha em algum lugar perdida. fugindo o tempo todo. e fingindo.... tão bem. grande talento. pequena pobre burguesa. autosustentada. um orgullho só. severidade roendo os ossos das sobras. aos montes. não junta os cacos. dispõe-os. dorme sobre eles. desafia os olhos que nunca enxergam suas cicatrizes. veste-se de sol. engana tão bem. a mim não. nunca me engano. finjo. nunca me engano
terça-feira, 22 de novembro de 2011
21/11/2011
Eu sei bem onde minha alma descansa (não acredito que escrevi "minha alma"!)
sei onde meu corpo goza
sei do que me causa repugnância
sei do que me decepciona
sei do exato momento em que encerro
por isso gosto das florestas sem caminho
das descobertas inéditas
do delírio que impede o controle
nego veementemente os modelos
ultrapassados românticos
mulherzinhas submissas
cúmplices
nego o mofo dos colchões
as porras descritas em versos no dia seguinte
lixo
cópias de telenovelas brasileiras
alguém tire minha pele
me beije com teu avesso
estou sangrando
fissuras de minhas unhas
a vida deve ser muito mais do que sempre vi. (Ivone fs)
sei onde meu corpo goza
sei do que me causa repugnância
sei do que me decepciona
sei do exato momento em que encerro
por isso gosto das florestas sem caminho
das descobertas inéditas
do delírio que impede o controle
nego veementemente os modelos
ultrapassados românticos
mulherzinhas submissas
cúmplices
nego o mofo dos colchões
as porras descritas em versos no dia seguinte
lixo
cópias de telenovelas brasileiras
alguém tire minha pele
me beije com teu avesso
estou sangrando
fissuras de minhas unhas
a vida deve ser muito mais do que sempre vi. (Ivone fs)
eu não sei dançar e danço
não sei escrever e escrevo
não sei cuidar de uma casa e cuido (do meu jeito precário, claro)
não sei cozinhar sem queimar, quase que diariamente, o alho do arroz
e cozinho quase todo dia
tem tanta coisa que faço e que não sei fazer
em compensação sei fazer a mão, o pé e até corto meu cabelo: detesto ir ao cabelereiro, manicure e essas coisas que fazem a gente perder horas e horas...
não sei escrever e escrevo
não sei cuidar de uma casa e cuido (do meu jeito precário, claro)
não sei cozinhar sem queimar, quase que diariamente, o alho do arroz
e cozinho quase todo dia
tem tanta coisa que faço e que não sei fazer
em compensação sei fazer a mão, o pé e até corto meu cabelo: detesto ir ao cabelereiro, manicure e essas coisas que fazem a gente perder horas e horas...
Comecei a ler Charque do Marcelo Mirisola. faz dias que comprei e no dia, como estava dirigindo, pedi pro Lu, meu filho, que estava comigo para ler o prefácio, a introdução, o que estivesse antes do primeiro capítulo, em voz alta: "Uma minibiografia, Ricardo? Mas eu já escrevi O azul do filho morto. Vou me repetir. Tenho preguiça. (...) e daí o livro criou vida e foi pra alguns lugares comigo, ma...s só hoje comecei a ler:
"- Tinha doze anos quando queimou suas poesias pela primeira vez."
isso me inspira. queimar poesia é algo fascinante. eu já propus isso numa aula de literatura lá na USP, quando o mestre Willer pediu que sugerísssemos algo inteligente...rsrs... - vamos rasgar esses livros todos e jogar pela janela e por fogo, mestre!!! ...rsrsrs essa é outra história
a segunda intenção e o boicote à algumas coisas são sempre premeditados, embora aconteça como se não tívessemos nada a ver com isso. duas horas de caminhada no clube perto de casa logo de manhã, depois de deixar o Lu na escola, era a intenção, mas o livro foi junto: duas horas no estacionamento lendo o livro do Mirisola e nada de caminhada.... (17/1/2011)
"- Tinha doze anos quando queimou suas poesias pela primeira vez."
isso me inspira. queimar poesia é algo fascinante. eu já propus isso numa aula de literatura lá na USP, quando o mestre Willer pediu que sugerísssemos algo inteligente...rsrs... - vamos rasgar esses livros todos e jogar pela janela e por fogo, mestre!!! ...rsrsrs essa é outra história
a segunda intenção e o boicote à algumas coisas são sempre premeditados, embora aconteça como se não tívessemos nada a ver com isso. duas horas de caminhada no clube perto de casa logo de manhã, depois de deixar o Lu na escola, era a intenção, mas o livro foi junto: duas horas no estacionamento lendo o livro do Mirisola e nada de caminhada.... (17/1/2011)
Eu gosto da expressão "às vezes" e sempre que quero escrever alguma coisa, assim, de repente, me vem : às vezes. então, às vezes os olhos encontram um branco breu. assim, às vezes, caio num ponto, que não é encruzilhada e nem tem definição e nem pretensão alguma. às vezes, sempre caio nesse mesmo ponto que nunca sei definir se é um início ou um fim. às vezes percebo o quanto falo sozinha. às vezes... eu sei o quanto é cair em si e sei que cair em si não quer dizer nada. pode ser qualquer coisa. às vezes é só mais um momento de pura distração. às vezes não tem fim. à vezes eu penso tanto que não consigo dizer nada. como agora. e quero excrever muito mais. às vezes nada basta e reticências é coisa de mal gosto, assim disse meu mestre de literatura. mas cadê mais espaço? (Ivone fs)
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
pelos dias que se seguem
ainda sou sábado
ainda não saí do teu colo
ainda não durmi o suficiente para pensar em outra coisa
e já folhei tantos livros e não li nenhuma página:
estão todas iguais
a mesma grafia
a mesma velocidade
ainda parada ali
matizes enevoadas
marginais
flores de São Paulo
estação primavera
teu gesto em peito
escrevo
teu nome
(Ivone fs)
ainda não saí do teu colo
ainda não durmi o suficiente para pensar em outra coisa
e já folhei tantos livros e não li nenhuma página:
estão todas iguais
a mesma grafia
a mesma velocidade
ainda parada ali
matizes enevoadas
marginais
flores de São Paulo
estação primavera
teu gesto em peito
escrevo
teu nome
(Ivone fs)
Não torçam por mim, apiedando-se. isso me torna obrigada. eu só quero ser o que sou com o que tenho e com o que não tenho, com o que posso, com o que não posso. é constrangedor não ser o que gostariam que eu fosse. não ter o que gostariam que eu tivesse. é constrangedora não a situação, mas a cobrança. me queiram antes de tudo isso, me amem antes das coisas. ou simplesmente não se importem. cada um com sua cruz, suas plumas, suas delícias, seus delírios, suas prisões, suas saídas
eu podia escrever "tristeza" ou "necessidade" ou "vontade"
podia escrever todas essas coisas que escrevem sobre amor ou sobre saudade ou sobre tesão. podia ser bem piegas e escrever os grandes chavões que tanto repetem e os leitores se deliciam. o ser humano é mesmo carnívoro. eu podia descrever cenas almejadas e relembrar algumas.,eu quero escrever que só quero você. as outras coisas não me interessam nem um pouco.
podia escrever todas essas coisas que escrevem sobre amor ou sobre saudade ou sobre tesão. podia ser bem piegas e escrever os grandes chavões que tanto repetem e os leitores se deliciam. o ser humano é mesmo carnívoro. eu podia descrever cenas almejadas e relembrar algumas.,eu quero escrever que só quero você. as outras coisas não me interessam nem um pouco.
mudança das cores.
embora eu queira azuis cintilantes e todos os equivalentes
nem sempre meus olhos suportam atravessar a chuva e atingir o céu.
nem sempre meus olhos suportam atravessar a chuva e atingir o céu.
a aparência de algumas coisas cativam aos tolos que se dão por satisfeitos e saem em defesa daqueles que doam seu capital mas sugerem qual é a linha do trem onde os maquinistas adestrados empenham-se ao máximo em ser solidários ao que for conveniente ... e os convidados aos banquetes serão sempre os cordeirinhos fiéis. cultura formatada.
havia um mapa na parede. os mapas sempre me atraem. era de São Paulo e Grande São Paulo. procurei um bairro um tanto distante e depois o meu, tentei calcular a distância. lembrei de pessoas. Morumbi, Centro, Perdizes, Jaçanã, Guaianazes, Santana, Parelheiros, Jardim Angela, São Bernardo do Campo, Lapa, Brás... eu tive que pedir desculpas. me desliguei totalmente do assunto da reunião e foi preciso que repetissem tudo...
terça-feira, 10 de maio de 2011
do Marsicano (do facebook) Efedrina? rs
Pela noite
energia eletrica
no ar
THANKS ROMAN EMPRESS!!!!
TICK NERVOOOOOOOOOOOOOSOOOOOOOOOO
A CHIBATA
DE DONA IVONE
DA TK
NERVOOOOSOQUERO SER SEU
MORDOMPO-ROBOT
OSHO
QUE
APANAAAAAAAAAAAAAHA
DE CHICOTE`PRATEADO!!!!!!!
LAMMMMBE-SOLAAAAAS DE
PLATAFORMAS ALTÍÍÍSSSSIMAS
DVD YOUTUBE
TOCAR SITAR
SO PRA SENHORA
DE
UNIFORME
DE
MORDOMO
COMPRADO NA
DASLU
E OLHAAAAAAAAAAAAAAAAAR FIXO
SARI & PLATAFOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOORMASSSSSSSSSS
ALLLLLLLLLLLLLLTOIIIIIIIIIASSSSIMASSSSSSS
PARA
TUAS
PLATAFOOOOORMAS
DE VERNIZ
(OLHA FIXO
PRAS SOLAS E COURO)
E PRA TEU
CHICOOOOOTE
NEURÓÓÓTIKO
DE COOOOOOOOOOOOOOOOURO!!!!!!!!!!
ALBERT
O MORDOMO
"CULT"
energia eletrica
no ar
THANKS ROMAN EMPRESS!!!!
TICK NERVOOOOOOOOOOOOOSOOOOOOOOOO
A CHIBATA
DE DONA IVONE
DA TK
NERVOOOOSOQUERO SER SEU
MORDOMPO-ROBOT
OSHO
QUE
APANAAAAAAAAAAAAAHA
DE CHICOTE`PRATEADO!!!!!!!
LAMMMMBE-SOLAAAAAS DE
PLATAFORMAS ALTÍÍÍSSSSIMAS
DVD YOUTUBE
TOCAR SITAR
SO PRA SENHORA
DE
UNIFORME
DE
MORDOMO
COMPRADO NA
DASLU
E OLHAAAAAAAAAAAAAAAAAR FIXO
SARI & PLATAFOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOORMASSSSSSSSSS
ALLLLLLLLLLLLLLTOIIIIIIIIIASSSSIMASSSSSSS
PARA
TUAS
PLATAFOOOOORMAS
DE VERNIZ
(OLHA FIXO
PRAS SOLAS E COURO)
E PRA TEU
CHICOOOOOTE
NEURÓÓÓTIKO
DE COOOOOOOOOOOOOOOOURO!!!!!!!!!!
ALBERT
O MORDOMO
"CULT"
THANKS LADY
Es a vera Beat
Es a vera Beat
Num barzinho pegar um guardanapo e na frente de todos ENGRAXAAAAAAAAAARRRRRRRRRRRR tuas PLATAFUOOORNASSSSS!!!!!!!!!!!!!!!!!
Num barzinho pegar um guardanapo e na frente de todos ENGRAXAAAAAAAAAARRRRRRRRRRRR tuas PLATAFUOOORNASSSSS!!!!!!!!!!!!!!!!!
descrição:PARA OS FANÁTICOS E ADMIRADORES
DA GURU-POETISA
MESTRA ABSOLUTA
ILUMINADA!!!!!!!!!!!!!!
ENGRAXAAAAAAAAAR
AS PLATAFORMAS
ALTIIIIIIISSIMAS
DA MESTRA ATÉ VIRAR
ESPELHO
SENÃO
CHIBAAAAATA
DE
COUUUUURO!!!!!
DA GURU-POETISA
MESTRA ABSOLUTA
ILUMINADA!!!!!!!!!!!!!!
ENGRAXAAAAAAAAAR
AS PLATAFORMAS
ALTIIIIIIISSIMAS
DA MESTRA ATÉ VIRAR
ESPELHO
SENÃO
CHIBAAAAATA
DE
COUUUUURO!!!!!
segunda-feira, 25 de abril de 2011
sábado, 9 de abril de 2011
Ensaio
não esperes de mim pouco sentimento
meia dúzia de palavras meio pronunciadas
meu olhar espreitando o teu
não esperes que a chuva me detenha
que no meio de todas as contradições e todos os contras
sinais fechados placas de proibido
que seja coagida
não esperes de mim o medo
não esperes que te escutes se assim imposição ser
não alegues desculpas esfarrapadas
não substimes teu poder de persuasão
o círculo é um sinal desenhado na imaginação
é por isso que não pulo
e simplesmente saio...
(Ivone fs)
meia dúzia de palavras meio pronunciadas
meu olhar espreitando o teu
não esperes que a chuva me detenha
que no meio de todas as contradições e todos os contras
sinais fechados placas de proibido
que seja coagida
não esperes de mim o medo
não esperes que te escutes se assim imposição ser
não alegues desculpas esfarrapadas
não substimes teu poder de persuasão
o círculo é um sinal desenhado na imaginação
é por isso que não pulo
e simplesmente saio...
(Ivone fs)
sexta-feira, 8 de abril de 2011
nuances & algemas
Que provas me darás, meu bem?
se foi morte
se foi vida?
se maior é a alma
maior o buraco
se te alegras
eu me espanto
na tua embriaguez
eu danço
(Ivone fs)
.
se foi morte
se foi vida?
se maior é a alma
maior o buraco
se te alegras
eu me espanto
na tua embriaguez
eu danço
(Ivone fs)
.
sexta-feira, 11 de março de 2011
eu não posso te perder
e eu não acredito em tudo que me dizem só para que eu te esqueça
eu sempre me pergunto: do que é que querem me salvar e porque?
acaso sabem que quero morrer?! é morrendo que vivo intensamente..
o que existe de fato é o que existiu
como um retrato, uma pintura
partitura da música que aqui dentro circula...
repetir um ato? isso é memória...
(Ivone fs)
e eu não acredito em tudo que me dizem só para que eu te esqueça
eu sempre me pergunto: do que é que querem me salvar e porque?
acaso sabem que quero morrer?! é morrendo que vivo intensamente..
o que existe de fato é o que existiu
como um retrato, uma pintura
partitura da música que aqui dentro circula...
repetir um ato? isso é memória...
(Ivone fs)
domingo, 6 de março de 2011
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Não sei o que há...mas isso ocorre muito..muito comigo...
desde ontem à noite uns versos de Ana Cristina Cesar em minha cabeça...
eis que os encontro e me espanto!
o título do poema...o título do poema, será este mesmo? sim . é.
"21 de fevereiro" e hoje é 21 de fevereiro...
Os versos em minha cabeça: "Fica boazinha, dor..."
Eis o poema:
21 de fevereiro
Não quero mais a fúria da verdade. Entro na sapataria popular.
Chove por detrás. Gatos amarelos circulando no fundo.
Abomino Baudelaire querido, mas procuro na vitrina um
modelo brutal. Fica boazinha, dor; sábia como deve ser, não tão
generosa, não. Recebe o afeto que se encerra no meu peito. Me
calço decidida onde os gatos fazem que me amam, juvenis,
reais. Antes eu era 36, gata borralheira, pé ante pé, pequeno
polegar, pagar na caixa, receber na frente. Minha dor. Me dá a
mão. Vem por aqui, longe deles. Escuta, querida, escuta. A
marcha desta noite. Se debruça sobre os anos neste pulso. Belo
belo. Tenho tudo que fere. As alemãs marchando que nem
homem. As cenas mais belas do romance o autor não soube
comentar. Não me deixa agora, fera.
Ana Cristina Cesar
desde ontem à noite uns versos de Ana Cristina Cesar em minha cabeça...
eis que os encontro e me espanto!
o título do poema...o título do poema, será este mesmo? sim . é.
"21 de fevereiro" e hoje é 21 de fevereiro...
Os versos em minha cabeça: "Fica boazinha, dor..."
Eis o poema:
21 de fevereiro
Não quero mais a fúria da verdade. Entro na sapataria popular.
Chove por detrás. Gatos amarelos circulando no fundo.
Abomino Baudelaire querido, mas procuro na vitrina um
modelo brutal. Fica boazinha, dor; sábia como deve ser, não tão
generosa, não. Recebe o afeto que se encerra no meu peito. Me
calço decidida onde os gatos fazem que me amam, juvenis,
reais. Antes eu era 36, gata borralheira, pé ante pé, pequeno
polegar, pagar na caixa, receber na frente. Minha dor. Me dá a
mão. Vem por aqui, longe deles. Escuta, querida, escuta. A
marcha desta noite. Se debruça sobre os anos neste pulso. Belo
belo. Tenho tudo que fere. As alemãs marchando que nem
homem. As cenas mais belas do romance o autor não soube
comentar. Não me deixa agora, fera.
Ana Cristina Cesar
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
"Para ser grande, sê inteiro"
você tira a roupa
mas ele é homem
você não tem um nome
vomita em seguida
perca a memória
vai
com seus pensamentos
se morta essa parte aos olhos alheios
acompanha nos compassos de cada segundo
sua sombra pesada
a parte latente
o choque entorpecente
se
do pré aviso não se deu conta
não conta
ainda assim o domínio
a parte inteira
um rio que sabe do mar
leva sozinha
sua santidade
por essa vontade in-contida (de amar)
(Ivone fs) 18/02 - 9:00
mas ele é homem
você não tem um nome
vomita em seguida
perca a memória
vai
com seus pensamentos
se morta essa parte aos olhos alheios
acompanha nos compassos de cada segundo
sua sombra pesada
a parte latente
o choque entorpecente
se
do pré aviso não se deu conta
não conta
ainda assim o domínio
a parte inteira
um rio que sabe do mar
leva sozinha
sua santidade
por essa vontade in-contida (de amar)
(Ivone fs) 18/02 - 9:00
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Frestas
guarda para si
o terror das madrugadas
seu inferno de alegorias entre cambraias
manto tenebroso sufocando a orla de sua existência
a aridez dos gemidos
- porque eu choro por nós e não mais rogo -
se toda vez é a última
nada se acumula que não sejam dedos a implorar num braço estendido
cai a escuridão
cai em si a impossibilidade do casulo
o céu aberto
em vigília
letras de Lautréamont
emaranhados se multiplicando
fogem os estreitamentos
guarda para si
guarda para si
- porque eu choro por nós e não mais rogo -
Ivone fs - 15/02/2011 - 13:26
o terror das madrugadas
seu inferno de alegorias entre cambraias
manto tenebroso sufocando a orla de sua existência
a aridez dos gemidos
- porque eu choro por nós e não mais rogo -
se toda vez é a última
nada se acumula que não sejam dedos a implorar num braço estendido
cai a escuridão
cai em si a impossibilidade do casulo
o céu aberto
em vigília
letras de Lautréamont
emaranhados se multiplicando
fogem os estreitamentos
guarda para si
guarda para si
- porque eu choro por nós e não mais rogo -
Ivone fs - 15/02/2011 - 13:26
domingo, 13 de fevereiro de 2011
eu custo a compreender. talvez por achar compreender algo assim...resignado
explícito demais. estado terminal...
compreender : a realidade é feia
- eu me decepcionei...
- então você caiu na real?!
- não. não é isso de cair na real. eu me decepcionei, entende?
- saiu do círculo, da fantasia!
- não. não é isso. eu gosto do estado de encantamento
- hãn?
- eu me decepcionei. eu me decepcionei
explícito demais. estado terminal...
compreender : a realidade é feia
- eu me decepcionei...
- então você caiu na real?!
- não. não é isso de cair na real. eu me decepcionei, entende?
- saiu do círculo, da fantasia!
- não. não é isso. eu gosto do estado de encantamento
- hãn?
- eu me decepcionei. eu me decepcionei
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
um ponto que encerra, um ponto que inicia
antes de iniciar o verso, um ponto
um ponto que encerra
um ponto que inicia
um ponto no meio: eis um leque: pontos de interrogação: eis minha sabedoria
um ponto que encerra
um ponto que inicia
um ponto no meio: eis um leque: pontos de interrogação: eis minha sabedoria
domingo, 16 de janeiro de 2011
sábado, 15 de janeiro de 2011
Danço
era uma correnteza estranha. minha voz perturbada. um clamor inútil. ele me negava. quando eu sentia seu desejo latejava. punia-me como quem não sabe da linhas traçadas em sangue. coroa de espinhos. para sempre danço consigo em sua hora mais íntima minha presença...
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
última mensagem aos dois:
uma pedra encerra.
aos ganhadores: os prêmios
eis um grande espetáculo da vida!
aplausos
somos todos sensacionais e dispensáveis e indispensáveis
eu disse um dia: última vez... eu disse
e antes disse a Deus: obrigada meu Pai por me conceder mais uma vez o amor que nunca poderá ser...eu disse a Deus...eu disse adeus.
aos ganhadores: os prêmios
eis um grande espetáculo da vida!
aplausos
somos todos sensacionais e dispensáveis e indispensáveis
eu disse um dia: última vez... eu disse
e antes disse a Deus: obrigada meu Pai por me conceder mais uma vez o amor que nunca poderá ser...eu disse a Deus...eu disse adeus.
sábado, 1 de janeiro de 2011
as pessoas simplesmente ignoram as que não lhes interessam.. (quando o sentimento é esse: paixão/amor), por isso que compreendo quem não me ama quando não estou apaixonada, porque sei como ajo quando não estou. não temos nem pena e às vezes ficamos até com raiva da pessoa por ela gostar da gente... que louco isso! rs
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