sábado, 30 de junho de 2007

Sagacidade

Ela foi para o mar. Andou, andou... Imergiu. Ele, atordoado, percorreu a praia. Viu seus rastros. Procurou sobre as ondas, mas ficou na superfície.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

NOITE ADENTRO II

Que dizer das horas incertas
Das vozes sumidas
Do meu deserto
Do dia vazio que eu não vivi ?

Do dia que passa
Sem graça, sem vazão
Inanimado, aborrecido,
Interminável sequidão

Cansei da espera
E vi que era além, muito além
Da esfera que eu mesma delineava
Que havia um mundo
A minha espera
De horas cheias, de vozes doces

Ainda espero...

E é nessas horas incertas
De vozes sumidas
Do meu deserto
Que ouço a voz do que quero!

NOITE ADENTRO

Ainda espero
Sufocando o sono, mas
Quem sabe em sonho...
O inesperado ...
Ainda insisto,
Mas pelo visto
Melhor ouvir o silêncio
Tão presente
Tão amigo
Tão denso e cheio de vozes
Rompe o círculo
De imediato
Uma direção
Sem escuridão
Eu me venço
Eu desisto
Da espera
Do cansaço
Eu me basto!

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Palavras

De tanto pensar não disse nada.
Contive as palavras.
Quando chegou não percebeu o quanto havia em mim.
Quando saiu, nada levou.
Fiquei tão inundada que me pus a escrever.
E a cada palavra que saia mais enchia minha alma
Tirei as palavras que já não eram minhas
Tirei as palavras que seriam suas
Saíram de mim por necessidade
Para torná-las mais vivas
Para não mais sufocá-las
Ainda neste momento
Deixo sair mais uma palavra
que pronuncio e escrevo...seu nome...

domingo, 17 de junho de 2007

FAROL: AV. HENRIQUE SCHAUMAN X TEODORO SAMPAIO - SP


Não digo indignada
Indigno é o fato
Eu, piedade
Vergonha, autoridades
Culpa, responsabilidade
Reflexos
Cabelos emaranhados
Pés descalços
Dorsos nus
Sono em pedra
Olhares compridos
Barriga saliente
Vida e ventre
Exclusão
Vidas perdidas
Nunca uma mesa,
Filé mignon, sobremesa
Pobreza assimilada
Férias, escola
DVD, PC
Sonhos
Pai, mãe
Crianças, tantas
Tantas crianças
Nossas crianças
Sem esperança!

terça-feira, 12 de junho de 2007

O Amanhã

Vivo este dia, não como se fosse o último,
pois nele não cabem todas as coisas que quero
e muitas vezes passa vazio ( sem essas coisas que quero).
Vivo sim, o presente.
E o meu presente é o hoje e o amanhã
e é, também, o ontem vivo em minha memória.
Em toda minha vida esperarei o amanhã,
onde sei que terei novas chances.
Um amanhã de novas possibilidades
Sim, o amanhã, que poderá ser um hoje pleno.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Hoje o vento parou. Parece esconder um segredo que não deve ser revelado.
Parou para silenciar a palavra que não deve ser dita.
A palavra inquieta que amanhã me arruinaria.
O vento parou e me parou por cumplicidade...