Vultos velozes me ultrapassam
impressões disformes incolores
o vermelho me freia e por dentro me acelero
a melodia recria a cena da tarde que passou
- no tempo para viver em minha memória.
O vento inquieto rodopia com as árvores
que ladeiam a rua e desprendem de seus galhos
flores amarelas miúdas... muitas
- são como borboletas que voam para morrer
e tão delicadamente tingem o branco do ar.
Há vida em toda vida que se vive!
Caminhei por entre ruas de imagens congeladas
onde o sol em entrevindas pinceladas me cegava
escorreguei, caí e o limite quase me prendeu
- severamente apiedei-me de mim mesma
Pisei em palhas enlameadas onde corpos estúpidos labutavam
aparentemente amuados pelos suores escorridos
mas desmanchavam-se em sinais gentis seus gestos embrutecidos
e correspondi aos seus afagos em silêncio ruidoso
Em meus poros a inquietude afluía
e o peso da carga excessiva me fez mudar o rumo...
Em miúdos : me venci.
ivonefs
domingo, 30 de setembro de 2007
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
Flores silvestres
As flores no vaso
Amareladas pelo tempo
Afundam-se
Na insignificância
da vida finda
A santa ao lado
Jamais esboçou um riso
Nem por motivo
Nem por vontade
Girassóis, bromélias, prímolas
Azaléias risonhas
Cravos em botão
Rosas em tantos tons
Você me diz que me dará vida
E eu...Compro flores silvestres.
ivonefs
Amareladas pelo tempo
Afundam-se
Na insignificância
da vida finda
A santa ao lado
Jamais esboçou um riso
Nem por motivo
Nem por vontade
Girassóis, bromélias, prímolas
Azaléias risonhas
Cravos em botão
Rosas em tantos tons
Você me diz que me dará vida
E eu...Compro flores silvestres.
ivonefs
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
Incondicionalmente
derrama a lama
que inunda meus olhos
incontida vertente
eclodindo escrementos
da ânsia nauseante
incômoda que me devora
a irônica imagem
espelhada de um desejo
se quebrou sem um toque sequer
e vagueiou cambaleante
Logro ou loucura?
o ilusionista faz a cena
mentira ou verdade
mede e pesa
- como se pudesse, mas ele pode -
e encanta os olhos
despreparados ou puros
de quem nele acredita
sonhar devia ser isento de querer
o querer é muito exigente
extrapola e derrapa pela sola
esfola-te e explora a alma
ao cabo de te adoecer
o custo chega sem aviso
mas pode até ser nobre
afinal, só quero ver-te feliz
isento-te de mim
incondicionalmente te amo
e choro.
que inunda meus olhos
incontida vertente
eclodindo escrementos
da ânsia nauseante
incômoda que me devora
a irônica imagem
espelhada de um desejo
se quebrou sem um toque sequer
e vagueiou cambaleante
Logro ou loucura?
o ilusionista faz a cena
mentira ou verdade
mede e pesa
- como se pudesse, mas ele pode -
e encanta os olhos
despreparados ou puros
de quem nele acredita
sonhar devia ser isento de querer
o querer é muito exigente
extrapola e derrapa pela sola
esfola-te e explora a alma
ao cabo de te adoecer
o custo chega sem aviso
mas pode até ser nobre
afinal, só quero ver-te feliz
isento-te de mim
incondicionalmente te amo
e choro.
domingo, 23 de setembro de 2007
Fronteira gris
Os passos que crio
E me levam aos becos emboscada
Também me adormecem
Por asfixia
À noite ingiro um sonho
De manhã é insosso
Tudo por um triz
A fronteira mediana gris
Peguei carona nas asas de um pássaro
Que passou por minha janela
- Queria ver dos altos
Da distância de mim mesma
Ebolui nas nuvens
Mas não torrei qual Faetonte
Só finquei meus pés
Diante de uns olhos rasos
Que me fitaram - quase me implorando -
Os passos que crio
Me levam à boca macia
Que me refresca
Em sua membrana na minha
Tudo por triz
A fronteira mediana gris
E me levam aos becos emboscada
Também me adormecem
Por asfixia
À noite ingiro um sonho
De manhã é insosso
Tudo por um triz
A fronteira mediana gris
Peguei carona nas asas de um pássaro
Que passou por minha janela
- Queria ver dos altos
Da distância de mim mesma
Ebolui nas nuvens
Mas não torrei qual Faetonte
Só finquei meus pés
Diante de uns olhos rasos
Que me fitaram - quase me implorando -
Os passos que crio
Me levam à boca macia
Que me refresca
Em sua membrana na minha
Tudo por triz
A fronteira mediana gris
sábado, 22 de setembro de 2007
Arraigado (MJulia e Ivone)
Hoje a filosofia boiou
nessa cabeça sem rumo,
questionou o que foi que sumiudo céu azul escuro
de onde minha sanidade aspergiu,
eu vi que me vigiou todo o dia
bem antes de o sol dormir,
ou era uma expressão dos céus
a conspirarem farta alegria?
olho pro alto, e vejo em nuvens transformado
o peso do desejo arraigado
que insistia em me prender,
ha! não venha me dizer
que eu rio em demasia,
eu apenas deixei escapara
lgumas gargalhadas
pra encobrir a dor que em mim ardia.
Maria Júlia Pontes e Ivonefs
nessa cabeça sem rumo,
questionou o que foi que sumiudo céu azul escuro
de onde minha sanidade aspergiu,
eu vi que me vigiou todo o dia
bem antes de o sol dormir,
ou era uma expressão dos céus
a conspirarem farta alegria?
olho pro alto, e vejo em nuvens transformado
o peso do desejo arraigado
que insistia em me prender,
ha! não venha me dizer
que eu rio em demasia,
eu apenas deixei escapara
lgumas gargalhadas
pra encobrir a dor que em mim ardia.
Maria Júlia Pontes e Ivonefs
A tua fé é meu pedado (Paulinho Bonfim)
(à Ivone, minha fonte inspiradora)
Hoje enquanto lia
Fernando Pessoa
Acreditei em Deus.
Mas quem lê Fernando Pessoa
Não acredita em Deus.
Hoje tive vontade de dar fim à própria vida
E foi-me a lembrança de uma boca em carne crua
Que me fez adiar tal ato por mais um dia.
Entre o céu e meu coração existe um elo
Há muito tempo corrompido.
Troquei meu amor a Deus por alguém
Que usa vestidos.
Por mais que eu tente me aproximar de Deus
Não consigo.
Pois ao lembrar-me ivonescamente de tua boca
Confundo fé com libido.
Paulinho Bonfim
************
Hoje enquanto lia
Fernando Pessoa
Acreditei em Deus.
Mas quem lê Fernando Pessoa
Não acredita em Deus.
Hoje tive vontade de dar fim à própria vida
E foi-me a lembrança de uma boca em carne crua
Que me fez adiar tal ato por mais um dia.
Entre o céu e meu coração existe um elo
Há muito tempo corrompido.
Troquei meu amor a Deus por alguém
Que usa vestidos.
Por mais que eu tente me aproximar de Deus
Não consigo.
Pois ao lembrar-me ivonescamente de tua boca
Confundo fé com libido.
Paulinho Bonfim
************
Estrela da Manhã , por meu amigo, irmão Eduardo Perrone
Sob a inspiração de Ivone, nessa manhã linda.
A estrela da manhã
Teimou em fazer par ao Sol.
E logo ela, princesa da noite,
Que nunca precisou
De par algum...
Seu brilho na noite escura,
Sempre foi
Referência segura,
Dos navegantes solitários
Que buscavam seus destinos.
Estrela visceral...
Coração , útero e intestinos...
Coração que ama visceralmente,
Útero que chama visceralmente,
Intestinos que identificam a merda
E naõ mentem...
Obrigado Estrela da Manhã.
Não fica perdido o teu ato,
Pois é fato que a tua luz é bonita,
Mas nem isso, meramente,
Justifica
O tamanho dessa tua luz.
Obrigado pele referência.
Obrigado pela decência,
Que , percebendo a decadência
Iluminou ( e ilumina) o meu caminho.
Já aqui te digo,
Sou só um menino...
Mas , homem também...
E se a vida " é na porrada ...
"Dela , inclusive, não vivo sem.
A estrela da manhã
Teimou em fazer par ao Sol.
E logo ela, princesa da noite,
Que nunca precisou
De par algum...
Seu brilho na noite escura,
Sempre foi
Referência segura,
Dos navegantes solitários
Que buscavam seus destinos.
Estrela visceral...
Coração , útero e intestinos...
Coração que ama visceralmente,
Útero que chama visceralmente,
Intestinos que identificam a merda
E naõ mentem...
Obrigado Estrela da Manhã.
Não fica perdido o teu ato,
Pois é fato que a tua luz é bonita,
Mas nem isso, meramente,
Justifica
O tamanho dessa tua luz.
Obrigado pele referência.
Obrigado pela decência,
Que , percebendo a decadência
Iluminou ( e ilumina) o meu caminho.
Já aqui te digo,
Sou só um menino...
Mas , homem também...
E se a vida " é na porrada ...
"Dela , inclusive, não vivo sem.
Des(controle)
Acordo
A parede branca
O papel em branco
Desmargeado
As palavras vazam
Desvairadas
Piso o chão
Estatela
Despedaça a lama seca
(Des)controle
Repugno
Piso o chão
Estatela
Despedaça a lama seca
Vermes pútridos
Des(metrifico)
A parede branca
O papel em branco
Desmargeado
As palavras vazam
Desvairadas
Piso o chão
Estatela
Despedaça a lama seca
(Des)controle
Repugno
Piso o chão
Estatela
Despedaça a lama seca
Vermes pútridos
Des(metrifico)
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
terça-feira, 18 de setembro de 2007
A Cadeira de Ouro
“Édipo: - Cabe aos mortais carregar o peso que os deuses lhes impõem”As Fenícias – Eurípedes
A cadeira de ouro
É encantada,
Dá-lhe um prazer
Que a nada se iguala.
Ganhou por disputa.
Nela sentaria quem fosse escolhido
Por convencer ser o melhor
Para o bem de um todo.
Mas como convencer a todos?
Uma pergunta sempre tem uma resposta.
E foi assim que ele se sentou na cadeira.
Até achou, afinal, muito fácil
Um dia ele recebeu a visita da Esfinge
(Aquela que todos pensavam ter sidodestruída por Édipo).
Ela veio disfarçadaVestida com a roupa da fome.
E sorrateiramente lhe prometeu a cadeira.
Pois desejava viver por aqui.
Mas como convencer a todos?
- Ora, minha cara é feia
De mim todos querem se livrar
Onde estou a razão vaza
O delírio cega
É vão o argumento do erudito
As bocas famintas a mim se rendem
Só a morte quer me devorar.
E assim aconteceu:
A cada cidadão que ela atingia
-E foram tantos, que se tornaram a maioria -
Uma migalha era oferecida.
E lá ele permanece
Quase nem fica sentado
Prefere visitar outros reinos
Enquanto seus ajudantes
Arrecadam o ouro
E devolvem esmolas
Alguns acabam banidos
- Por mau comportamento -
Esse é o perigo para eles
Outros são protegidos
Talvez pelas oferendas nos altares deixadas
A esfinge está rosnando,
Têm uns olhos lhe fitando.
A cadeira de ouro
É encantada,
Dá-lhe um prazer
Que a nada se iguala.
Ganhou por disputa.
Nela sentaria quem fosse escolhido
Por convencer ser o melhor
Para o bem de um todo.
Mas como convencer a todos?
Uma pergunta sempre tem uma resposta.
E foi assim que ele se sentou na cadeira.
Até achou, afinal, muito fácil
Um dia ele recebeu a visita da Esfinge
(Aquela que todos pensavam ter sidodestruída por Édipo).
Ela veio disfarçadaVestida com a roupa da fome.
E sorrateiramente lhe prometeu a cadeira.
Pois desejava viver por aqui.
Mas como convencer a todos?
- Ora, minha cara é feia
De mim todos querem se livrar
Onde estou a razão vaza
O delírio cega
É vão o argumento do erudito
As bocas famintas a mim se rendem
Só a morte quer me devorar.
E assim aconteceu:
A cada cidadão que ela atingia
-E foram tantos, que se tornaram a maioria -
Uma migalha era oferecida.
E lá ele permanece
Quase nem fica sentado
Prefere visitar outros reinos
Enquanto seus ajudantes
Arrecadam o ouro
E devolvem esmolas
Alguns acabam banidos
- Por mau comportamento -
Esse é o perigo para eles
Outros são protegidos
Talvez pelas oferendas nos altares deixadas
A esfinge está rosnando,
Têm uns olhos lhe fitando.
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
Asilo (Ivone, Sirlei, Tiago, Ivone, Giovani - sequência das estrofes)
Poema a várias mãos - amigos do BDE (Bar do Escritor)
Asilo
Tempo do nada
Restos de vida
Secam o ar
Tempo de espera
Mera quimera
O tempo não há
Haverá paz no final?
Não.
Mas haverá final.
No tempo se passa
Perde-se a graça
Quem deixa a vida secar..
Exílio da esperança
Moribundos saudáveis
Em espera que cansa
Asilo
Tempo do nada
Restos de vida
Secam o ar
Tempo de espera
Mera quimera
O tempo não há
Haverá paz no final?
Não.
Mas haverá final.
No tempo se passa
Perde-se a graça
Quem deixa a vida secar..
Exílio da esperança
Moribundos saudáveis
Em espera que cansa
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
A Estrela da Manhã (Ivone e Perrone)
Às cinco da manhã
Num despertar sonolento
Em meia penumbra
De luzes se apagando
A estrela maior me chama
E me lembra que segura
Solitária o encantamento
Do céu noturno quase sem fim
Já aponta o primeiro raio
Fisga seu corpo e engole
Vejo seu rosto preso em mim
E amanhece...
Veste tuas veste do dia.
Aquela bata de seda
Que a pele me arrepia
E me beija com a boca
Ainda ocreDa noite passada.
Meu rosto ficou preso...
Meu corpo, ainda teso...
E é cedo...
Cedo demais para acordar
.Volta e deita comigo,
Te dou meu corpo
Como o abrigo
Dos raios de sol
Que teimam
Em varar a janela...
Fecha a cortina
E abre o teu sorriso.
É só isso que preciso,
Para eclipsar esse Sol inconveniente...
Esse Sol que acorda a gente
De um sonho noturno,
De um jeito soturno,
Incapaz de me fazer
Anoitecer
Sem você...
Ivone fs e Eduardo Perrone
Num despertar sonolento
Em meia penumbra
De luzes se apagando
A estrela maior me chama
E me lembra que segura
Solitária o encantamento
Do céu noturno quase sem fim
Já aponta o primeiro raio
Fisga seu corpo e engole
Vejo seu rosto preso em mim
E amanhece...
Veste tuas veste do dia.
Aquela bata de seda
Que a pele me arrepia
E me beija com a boca
Ainda ocreDa noite passada.
Meu rosto ficou preso...
Meu corpo, ainda teso...
E é cedo...
Cedo demais para acordar
.Volta e deita comigo,
Te dou meu corpo
Como o abrigo
Dos raios de sol
Que teimam
Em varar a janela...
Fecha a cortina
E abre o teu sorriso.
É só isso que preciso,
Para eclipsar esse Sol inconveniente...
Esse Sol que acorda a gente
De um sonho noturno,
De um jeito soturno,
Incapaz de me fazer
Anoitecer
Sem você...
Ivone fs e Eduardo Perrone
A estrela da manhã
Às cinco da manhã
Num despertar sonolento
Em meia penumbra
De luzes se apagando
A estrela maior me chama
E me lembra que segura
Solitária o encantamento
Do céu noturno quase sem fim
Já aponta o primeiro raio
Fisga seu corpo e engole
Vejo seu rosto preso em mim
Num despertar sonolento
Em meia penumbra
De luzes se apagando
A estrela maior me chama
E me lembra que segura
Solitária o encantamento
Do céu noturno quase sem fim
Já aponta o primeiro raio
Fisga seu corpo e engole
Vejo seu rosto preso em mim
terça-feira, 11 de setembro de 2007
Sacrífio
A alma derrama
Escorre em desperdício
Isso é sacrifício
Espia o crime
Assiste ao filme
De outra história
Vaga, indaga a presença
Assente a transparência
És vidro lapidado
Ressente a mente
Espreita, espreme e geme
A ceifa insere a cara
Rara beleza presente
Olhos em desvios
Poços de alívio
E cio sem ninho
Rios em desníveis
Ululam suas amarguras
Antes libações
Que a dor que converte
Em pura necessidade de te ter
Escorre em desperdício
Isso é sacrifício
Espia o crime
Assiste ao filme
De outra história
Vaga, indaga a presença
Assente a transparência
És vidro lapidado
Ressente a mente
Espreita, espreme e geme
A ceifa insere a cara
Rara beleza presente
Olhos em desvios
Poços de alívio
E cio sem ninho
Rios em desníveis
Ululam suas amarguras
Antes libações
Que a dor que converte
Em pura necessidade de te ter
sábado, 8 de setembro de 2007
O gato e a pedra
O gato tropeçou em uma pedra, indo ao chão, quando caçava num terreno baldio.
Irascível grita: - Pedra, seca, dura, deve divertir-se muito por bloquear meu caminho.
A pedra serenamente responde:
- Repare bem em mim, posso ser o mercúrio dos filósofos e você o gato de sorte.
O gato era egocêntrico demais para ver qualquer coisa.
Irascível grita: - Pedra, seca, dura, deve divertir-se muito por bloquear meu caminho.
A pedra serenamente responde:
- Repare bem em mim, posso ser o mercúrio dos filósofos e você o gato de sorte.
O gato era egocêntrico demais para ver qualquer coisa.
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
Essencial
Há dias o vento não sopra
Estático fica o verso sobre a mesa
Na espera da palavra seguinte
Como alguém esquecido
Desses que passam tão despercebidos
Que nem a si mesmos se vêem.
A mesmice dos pequenos assuntos
Círculos viciosos canalizados
Mediocrizados em leigas sentenças
Transformados em bestialidades
Anacrônicas infrutíferas.
Não é do vazio vago vácuo
É do exagero sem nexo
Da multidão que se arrasta
A massa que passa ligeira
Vai e vem sem fim
E assim faz o verso ruir
É como o caso encerrado
Do beijo cansado da boca que toca
Da presença invisível, ignorada
Do sol que nasce e morre
Nos dias de passos lentos
Arrastados em nenhuma direção
Quiça há de surgir um rugido
Setembro germinará a semente esquecida
Os versos entoarão canções
E na beleza das flores frescas
Cores, fluidos, aroma, em soma
A delícia de ser o que é ...essencial é
Estático fica o verso sobre a mesa
Na espera da palavra seguinte
Como alguém esquecido
Desses que passam tão despercebidos
Que nem a si mesmos se vêem.
A mesmice dos pequenos assuntos
Círculos viciosos canalizados
Mediocrizados em leigas sentenças
Transformados em bestialidades
Anacrônicas infrutíferas.
Não é do vazio vago vácuo
É do exagero sem nexo
Da multidão que se arrasta
A massa que passa ligeira
Vai e vem sem fim
E assim faz o verso ruir
É como o caso encerrado
Do beijo cansado da boca que toca
Da presença invisível, ignorada
Do sol que nasce e morre
Nos dias de passos lentos
Arrastados em nenhuma direção
Quiça há de surgir um rugido
Setembro germinará a semente esquecida
Os versos entoarão canções
E na beleza das flores frescas
Cores, fluidos, aroma, em soma
A delícia de ser o que é ...essencial é
domingo, 2 de setembro de 2007
Luz Rarefeita
Nos caminhos oblíquos
De pedras lisas
Meus pés deslizam
Fazem-me equilibrista
E maleável arbusto
Que ao vento não resiste
- Consinto o sentido.
Na curva à direita
O alçapão espreita
Retém espectros
Em luz rarefeita
Apresenta-se o medo
Figura estranha
Que revolve entranhas
Aniquila verdades
Inibe vontades
- Esbarro e livro-me
À entrada observo:
A soleira é baixa
E a humildade pleiteia
Que nela não me esbarre,
Pois fundo é o precipício
Do auspício quebrado
E grande é o risco
Das costas virada
- Encontro a medida e passo...
De pedras lisas
Meus pés deslizam
Fazem-me equilibrista
E maleável arbusto
Que ao vento não resiste
- Consinto o sentido.
Na curva à direita
O alçapão espreita
Retém espectros
Em luz rarefeita
Apresenta-se o medo
Figura estranha
Que revolve entranhas
Aniquila verdades
Inibe vontades
- Esbarro e livro-me
À entrada observo:
A soleira é baixa
E a humildade pleiteia
Que nela não me esbarre,
Pois fundo é o precipício
Do auspício quebrado
E grande é o risco
Das costas virada
- Encontro a medida e passo...
Didática
O menino de oito anos tem uma preocupação diária.
Faz a lição de casa com rigor, pois não quer "levar bilhete" na agenda.
Não entendo essa didática, que faz o menino pensar que o "bilhete"
é mais importante que o próprio aprendizado.
Faz a lição de casa com rigor, pois não quer "levar bilhete" na agenda.
Não entendo essa didática, que faz o menino pensar que o "bilhete"
é mais importante que o próprio aprendizado.
Sêmen(te)
Sêmen,
Prazer que fecunda
Do sonho proponho
O filho que quero
Por nome Antonio
És sagrada semente
Que engulo em doses
Do beijo desejo
A fome que leva
A ter teu despejo
Em minhas espumas
Encontra teu berço
De ti nasceu Afrodite
Que mora em mim.
Prazer que fecunda
Do sonho proponho
O filho que quero
Por nome Antonio
És sagrada semente
Que engulo em doses
Do beijo desejo
A fome que leva
A ter teu despejo
Em minhas espumas
Encontra teu berço
De ti nasceu Afrodite
Que mora em mim.
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