.
Ocultos nas linhas explícitas
expressos em ordens secretas
meus mistérios são mitos
reciclados reencarnados
orientados pelos símbolos
arbitrários reescritos
pela complexa realidade
disposta nas camadas
diversas e mutantes
que desenham meu caminho
como desejo ou não
em desafios que me pegam
em imagens que rejeito
e ainda que sufocantes
tento valer minhas verdades
sem vaidade nas variantes
que me fazem múltipla
maleável em vezes e outras
indefinível inacabada
caminho sempre a favor ou
contra em tanta e quanta
mesmice que me enfastia
e anula enfim, não morro
recomeço , pois sou
como o vento constante
instável multicor e tempestade
presente em cantos que desenho
nas letras que escrevo
onde deito minhas percepções
e danço às melodias arranjadas
às vezes silencio e os múrmurios
uivadores dos meus mistérios
quedam-se em si
como uma dormideira
que a um leve toque fecha suas asas...
(minhas fragilidades)
/Ivonefs
sábado, 24 de novembro de 2007
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
Diário de três loucos (Paulinho, André Luiz e Ivone)
Dai-me a dor em doses cálidas,
para que sinta "saber" a vida em sua forma árida...
Dai-me a morte em sua sorte,
e veja sangrar minh'alma em falsos cortes...
Dai-me os pés descalços das ingênuas risadas
e olhos brutos enlameados com as cores das faltas
Dai-me o tolo reconhecimento do convencional,
Do simples que se esgoela em cantos histéricos.
Dai-me encantos homéricos por vias sensoriais
e das vias frias entranhadas me livrai
Quero o ontem e o silêncio das paredes molhadas...
O silêncio dos que choram felicidade,
Dos que riem angústia.
Das forças quebradas em cimento jogadas
estilhaços de vidas desencontradas
Quero também todo riso que engana
Toda lágrima que emana e formas profanas...
Sem pensar em direções
Sem pensar em situações
Sem pensar simplesmente sem
Quero sonhar... mas com cuidado
Pincelando cada passo,
Numa aquarela preto e branca.
Não quero mais uma direção,
quero duas, uma pra ir, outra pra voltar...
Só não quero as flores, cansadas de viver,
nem os pássaros fúnebres por profissão!
Quero que sirva, muito delicadamente, em talher de prata,
Um Jesus, dois Budas e meia dúzia de Maomés.
em direções
em situações
sem pensar...
simples[mente]
sem
Meus deuses morrem em mim constantemente
E eu os quero assim, todos mortos
Sem vergonha de d'savergonhar...
Caídos sobre três cacos,
Um de vidro dois outros de talo,
Que estalam feito quebrar de pratos
E só no fim tropeçar...
Ar-dor...
Pálpebras que oscilam
entre o claro e a escuridão de mim ...
Que as dores façam de minha covardia
uma forma de viver a vida sem sentido, pois
viver sem sentido me é dolorido e prazeroso
Quero gritar aos céus e que todos os demônios ouçam-me:
Dái-me forças pra odiar, pois amar nasci sabendo!
Que Deus nos perdoe...
O purgatório está de bom grado!
para que sinta "saber" a vida em sua forma árida...
Dai-me a morte em sua sorte,
e veja sangrar minh'alma em falsos cortes...
Dai-me os pés descalços das ingênuas risadas
e olhos brutos enlameados com as cores das faltas
Dai-me o tolo reconhecimento do convencional,
Do simples que se esgoela em cantos histéricos.
Dai-me encantos homéricos por vias sensoriais
e das vias frias entranhadas me livrai
Quero o ontem e o silêncio das paredes molhadas...
O silêncio dos que choram felicidade,
Dos que riem angústia.
Das forças quebradas em cimento jogadas
estilhaços de vidas desencontradas
Quero também todo riso que engana
Toda lágrima que emana e formas profanas...
Sem pensar em direções
Sem pensar em situações
Sem pensar simplesmente sem
Quero sonhar... mas com cuidado
Pincelando cada passo,
Numa aquarela preto e branca.
Não quero mais uma direção,
quero duas, uma pra ir, outra pra voltar...
Só não quero as flores, cansadas de viver,
nem os pássaros fúnebres por profissão!
Quero que sirva, muito delicadamente, em talher de prata,
Um Jesus, dois Budas e meia dúzia de Maomés.
em direções
em situações
sem pensar...
simples[mente]
sem
Meus deuses morrem em mim constantemente
E eu os quero assim, todos mortos
Sem vergonha de d'savergonhar...
Caídos sobre três cacos,
Um de vidro dois outros de talo,
Que estalam feito quebrar de pratos
E só no fim tropeçar...
Ar-dor...
Pálpebras que oscilam
entre o claro e a escuridão de mim ...
Que as dores façam de minha covardia
uma forma de viver a vida sem sentido, pois
viver sem sentido me é dolorido e prazeroso
Quero gritar aos céus e que todos os demônios ouçam-me:
Dái-me forças pra odiar, pois amar nasci sabendo!
Que Deus nos perdoe...
O purgatório está de bom grado!
terça-feira, 20 de novembro de 2007
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
Retalhos
Hoje o dia soa diferente
nas loucas ondas
dos tantos retalhos
que faço de mim
As direções aportam
em limiares divinas
que se desfazem
e fundem-se aos arredores
de olhares desvelados
onde ancoro
Diluem-se as horas
e me pego atada
em incônditos absurdos
que me sitiam
/Ivonefs
nas loucas ondas
dos tantos retalhos
que faço de mim
As direções aportam
em limiares divinas
que se desfazem
e fundem-se aos arredores
de olhares desvelados
onde ancoro
Diluem-se as horas
e me pego atada
em incônditos absurdos
que me sitiam
/Ivonefs
Te encontro
Tua falta me faz
nua e aperta
num lamento que desliza
e me pego em tua boca
nessa língua que me toca
me decifra, me alimenta
e sem saber ao certo
o que se passa
quando pronuncio teu nome
e bebo tua essência
quando ando em tuas mãos
e me prendes em teu espaço
é certo o nosso jeito
refaz-se nosso laço
neste sol que te encontras
e nas coisas que me dizes
eu sei ...
- nas horas vagas
de amanhã ... te encontro.
/Ivonefs - 18/11/2007
nua e aperta
num lamento que desliza
e me pego em tua boca
nessa língua que me toca
me decifra, me alimenta
e sem saber ao certo
o que se passa
quando pronuncio teu nome
e bebo tua essência
quando ando em tuas mãos
e me prendes em teu espaço
é certo o nosso jeito
refaz-se nosso laço
neste sol que te encontras
e nas coisas que me dizes
eu sei ...
- nas horas vagas
de amanhã ... te encontro.
/Ivonefs - 18/11/2007
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Eu te amo
Você comeu minha racionalidade
e agora tudo faz sentido...
...a nudez está exposta. E agora?
Cadê o sol para aquecer?
Cadê as noites delirantes entre lençóis e ais?
Tudo é precipício? E agora?
que não me ama
não me ouve
nem me olha?
Rastejo feito cobra cega em trilhos
na mata escura e é esse o soldo
final da luta que vitoriei quando
finalmente eu te disse:
- Eu te amo
Morrer?
E o que fizeram "João que amava Maria,
que amava José, que não amava ninguém "...?
e aquele que casou com quem nem era da história?
Talvez até me ofereça:
uma bandeja de sexo
um par de olhos revirados
mãos, cabelos desalinhados
ambiente cheios de cheiros
com música popular brasileira
dizendo o que não dá pra falar...
Cães sem donos
cadelas no cio
vadios
Não vou chorar o amor que não tenho
Não vou apiedar-me do amor que não tem
Irracional, obscena.
Só isso basta e os
corpos se entrelaçam...
/Ivonefs
e agora tudo faz sentido...
...a nudez está exposta. E agora?
Cadê o sol para aquecer?
Cadê as noites delirantes entre lençóis e ais?
Tudo é precipício? E agora?
que não me ama
não me ouve
nem me olha?
Rastejo feito cobra cega em trilhos
na mata escura e é esse o soldo
final da luta que vitoriei quando
finalmente eu te disse:
- Eu te amo
Morrer?
E o que fizeram "João que amava Maria,
que amava José, que não amava ninguém "...?
e aquele que casou com quem nem era da história?
Talvez até me ofereça:
uma bandeja de sexo
um par de olhos revirados
mãos, cabelos desalinhados
ambiente cheios de cheiros
com música popular brasileira
dizendo o que não dá pra falar...
Cães sem donos
cadelas no cio
vadios
Não vou chorar o amor que não tenho
Não vou apiedar-me do amor que não tem
Irracional, obscena.
Só isso basta e os
corpos se entrelaçam...
/Ivonefs
????????????
As dores estão espalhadas
impregnadas nas falas
as faltas em lamúrias
e o homem se corrói
na cara dos deuses aleijados
Há uma correnteza
de lamentações
e nos muros
cachoeiras frenéticas
borbulham
Abrem-se valas
enchendo-se de drogas
e a ilusão como uma fera
augurenta, maldita
orienta
A roda prende
a mola caiu
a sede chegou
e o rio secou
a verdade, ninguém sabe, ninguém viu
e o jogo já faz tempo que começou
/Ivonefs
impregnadas nas falas
as faltas em lamúrias
e o homem se corrói
na cara dos deuses aleijados
Há uma correnteza
de lamentações
e nos muros
cachoeiras frenéticas
borbulham
Abrem-se valas
enchendo-se de drogas
e a ilusão como uma fera
augurenta, maldita
orienta
A roda prende
a mola caiu
a sede chegou
e o rio secou
a verdade, ninguém sabe, ninguém viu
e o jogo já faz tempo que começou
/Ivonefs
terça-feira, 13 de novembro de 2007
Partida
Um céu oscilante
escancara suas
infinitas faces
lancinantes
logo que acordo
me queima
me chove
me escurece
me apaga
e nunca me dá
aquela luz das
possíveis noites
que me fariam
sorrir de manhã
o céu
é meu chapéu
- um limite que me prende aqui
/ivonefs
escancara suas
infinitas faces
lancinantes
logo que acordo
me queima
me chove
me escurece
me apaga
e nunca me dá
aquela luz das
possíveis noites
que me fariam
sorrir de manhã
o céu
é meu chapéu
- um limite que me prende aqui
/ivonefs
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Palmas-de-Santa-Rita
Só em ti me calo,
deixo que me adentre
e não me sou
quando mais me tenho
Visto um traje
de vento
agonizante
e vago
aos campos
brancos
de Palmas-de-Santa-Rita
Colho três,
três palmas
destes campos
abertos
de sonhos e sombras
onde os ramos
dos arbustos
brandem
como meus cabelos
ao vento
a ermo
em constante
transmutação
pelas enleantes ondas
como as nuvens
de plumas
Só em ti me calo,
deixo que me adentre
e não me sou
quando mais me tenho...
/ivonefs
deixo que me adentre
e não me sou
quando mais me tenho
Visto um traje
de vento
agonizante
e vago
aos campos
brancos
de Palmas-de-Santa-Rita
Colho três,
três palmas
destes campos
abertos
de sonhos e sombras
onde os ramos
dos arbustos
brandem
como meus cabelos
ao vento
a ermo
em constante
transmutação
pelas enleantes ondas
como as nuvens
de plumas
Só em ti me calo,
deixo que me adentre
e não me sou
quando mais me tenho...
/ivonefs
domingo, 11 de novembro de 2007
Embaraço
a cara bate
e abate após
a sarrafada
embaixo
do abacateiro
que ria
sem parar
do seu falso
amparo
- traiçoeiro!
e a mente
tentacular
lhe tira do meio
teletransportada
para lugar
nenhum
que embaraço...
/ivonefs
e abate após
a sarrafada
embaixo
do abacateiro
que ria
sem parar
do seu falso
amparo
- traiçoeiro!
e a mente
tentacular
lhe tira do meio
teletransportada
para lugar
nenhum
que embaraço...
/ivonefs
Pressinto
O que não posso dizer [guardo]
O que não posso ter [hoje]
O que decide é [nosso desejo]
O que mais quero [é a vida que você me dá!]
Talvez o sol da manhã me mande um recado: [se aparecer]
... é mais adiante... - Mas adiante
para antes do feriado, adiar mais para quê?
[daí não pode ser]
- Os olhos sentem na canção, fixos
na boca que percorre o caminho
de um peito branco, nu galáctico,
onde beijei tua alma –
Quero esse amor incandescente
em mim exaltado gritando
à forra da tua ausência,
embora não tenha ainda a hora ...[pressinto]
/ivonefs
O que não posso ter [hoje]
O que decide é [nosso desejo]
O que mais quero [é a vida que você me dá!]
Talvez o sol da manhã me mande um recado: [se aparecer]
... é mais adiante... - Mas adiante
para antes do feriado, adiar mais para quê?
[daí não pode ser]
- Os olhos sentem na canção, fixos
na boca que percorre o caminho
de um peito branco, nu galáctico,
onde beijei tua alma –
Quero esse amor incandescente
em mim exaltado gritando
à forra da tua ausência,
embora não tenha ainda a hora ...[pressinto]
/ivonefs
sábado, 10 de novembro de 2007
Zolhudinha
(Para minha amiga Luisa O Costa - 8 anos - no seu aniversário - 10/11/2007)
Menina de olhos lindos
negros feito jaboticaba
sapeca que sobe nas paredes
sobe nas paredes?
sim, e planta bananeira!
e corre, pula, pergunta
fala, joga, brinca,
e vira e mexe
lá fica ela
sentada, quieta
lendo as letras
que comprou
na banca de jornal
num domingo de manhã
/ivonefs
Menina de olhos lindos
negros feito jaboticaba
sapeca que sobe nas paredes
sobe nas paredes?
sim, e planta bananeira!
e corre, pula, pergunta
fala, joga, brinca,
e vira e mexe
lá fica ela
sentada, quieta
lendo as letras
que comprou
na banca de jornal
num domingo de manhã
/ivonefs
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
Pendente
...e ele estende a mão:
- Vem!
Mas o vento contrário sopra em meus olhos e ali me mantenho
...entre o abismo e a segurança do oco...
- Vem!
Mas o vento contrário sopra em meus olhos e ali me mantenho
...entre o abismo e a segurança do oco...
Parricídio
Procuro o passo original...
não quero modelos
nem castelos gloriosos
enfestados do que já foi
Procuro o novo princípio...
não quero o passado
encerrado nos moldes
pendurados dos eruditos
Em princípio, nada recebi
nada carrego
e o inexplorado
é o que me atrai...
/ivonefs
não quero modelos
nem castelos gloriosos
enfestados do que já foi
Procuro o novo princípio...
não quero o passado
encerrado nos moldes
pendurados dos eruditos
Em princípio, nada recebi
nada carrego
e o inexplorado
é o que me atrai...
/ivonefs
Desintegração
Rajadas ondeadas
seguiam as mãos indomáveis
das gotas aladas
bem na hora brusca
da tarde amarela
quando o riso
foi molhar a boca
na névoa ... aquarela
em doses sinestésicas
e visões paralelas
um súbito arrepio
se alongou
e deitou ao chão obscuro
a máxima desperdiçada
dos suspiros doces e futuros
e sem nenhum pio
as mãos se soltaram
e nos vãos da memória
molhada, embriagada, ressacada
pelas vindas e idas
conturbadas e indefinidas
desintegraram-se
e nada mais existiu...nada...
/Ivonefs
seguiam as mãos indomáveis
das gotas aladas
bem na hora brusca
da tarde amarela
quando o riso
foi molhar a boca
na névoa ... aquarela
em doses sinestésicas
e visões paralelas
um súbito arrepio
se alongou
e deitou ao chão obscuro
a máxima desperdiçada
dos suspiros doces e futuros
e sem nenhum pio
as mãos se soltaram
e nos vãos da memória
molhada, embriagada, ressacada
pelas vindas e idas
conturbadas e indefinidas
desintegraram-se
e nada mais existiu...nada...
/Ivonefs
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
Vulnerável
Nos horizontes findos
perco a vista
e invisto
aonde imagino
possa eu
tocar meus olhos
molhados
quase fechados
e misturar águas salgadas e potáveis
-sou um mar que cede a uma gota doce -
vulnerável aparência
imensidão do nada...
/ivonefs
perco a vista
e invisto
aonde imagino
possa eu
tocar meus olhos
molhados
quase fechados
e misturar águas salgadas e potáveis
-sou um mar que cede a uma gota doce -
vulnerável aparência
imensidão do nada...
/ivonefs
O poeta não finge
O poeta não finge...
Em letras, tinge a tela
com as mazelas disfarçadas
nos espaços alagados
pelos silêncios mórbidos
que molham suas cores
e delatam sua miséria
acossadas nos fios emaranhados
das incertezas
Descerra as cortinas
e seus códigos sobrepostos
entre os verdes-amarelos-vermelhos
se revelam como as lágrimas
excelidas de Portinari
como as formas impressionantes
dos impressionistas
e em rompantes imprevisíveis
se denuncia
Excede-se nos devaneios
e chora nas palavras
- chora em outro tempo
pelo zelo que não tem
ao deixar em carne viva e
exposta, a magia que desliza,
à mercê de outras mãos -
pela pintura inacabada
deitada, nu, silenciosamente suplicante
- Não haverá de me decepcionar -
O poeta não finge, mas esquece de dizer...
seu tempo é à frente,
não é o presente
e a ninguém dará
enquanto não poeta, eu finjo
/ivonefs
Em letras, tinge a tela
com as mazelas disfarçadas
nos espaços alagados
pelos silêncios mórbidos
que molham suas cores
e delatam sua miséria
acossadas nos fios emaranhados
das incertezas
Descerra as cortinas
e seus códigos sobrepostos
entre os verdes-amarelos-vermelhos
se revelam como as lágrimas
excelidas de Portinari
como as formas impressionantes
dos impressionistas
e em rompantes imprevisíveis
se denuncia
Excede-se nos devaneios
e chora nas palavras
- chora em outro tempo
pelo zelo que não tem
ao deixar em carne viva e
exposta, a magia que desliza,
à mercê de outras mãos -
pela pintura inacabada
deitada, nu, silenciosamente suplicante
- Não haverá de me decepcionar -
O poeta não finge, mas esquece de dizer...
seu tempo é à frente,
não é o presente
e a ninguém dará
enquanto não poeta, eu finjo
/ivonefs
domingo, 4 de novembro de 2007
Meu amor inquieto
meu amor inquieto
feito redemoinho
me revira
atravessa
me sufoca
delira
ao avesso
me enreda
me engole
travesso
me olha
torce
retorce
me molha
marca
me lambe
prende
me encharca
feito redemoinho
me circula
me agita
me afoga
/ivonefs - 03/11/2007
feito redemoinho
me revira
atravessa
me sufoca
delira
ao avesso
me enreda
me engole
travesso
me olha
torce
retorce
me molha
marca
me lambe
prende
me encharca
feito redemoinho
me circula
me agita
me afoga
/ivonefs - 03/11/2007
Injúria
Peregrino
em paragens estagnadas
alucinada pelo fétido odor
das verdades distorcidas
mentiras alojadas
nos credos estabelecidos
das cegas aventuras
Peregrino
com as vistas embaçadas
em terrenos desolados
nos trovões que me estremecem
pós clarões chispados
em meio às manchas negras
que deparo em desamparo
Peregrino
embasbacada e incrédula
quando vejo tuas mãos dadas
levadas pelas correntes
da insanidade possessiva
como abutres, fome sarcófaga
maculando tua beleza
Meteoros chovem
sob o comando
das estinfálicas,
sereias mortais do brejo,
que obsessivamente
lançam tuas asas afiadas
e tentam devorar-me
E rides vossos risos
de loucas desvairadas
com a taça de veneno
que jogais em minha cara
- não engulo as injúrias
nem me rendo a tão reles escárnio
vossas peçonhas, bebei vós mesmas
/ivonefs - 03/11/2007
******************************************
em paragens estagnadas
alucinada pelo fétido odor
das verdades distorcidas
mentiras alojadas
nos credos estabelecidos
das cegas aventuras
Peregrino
com as vistas embaçadas
em terrenos desolados
nos trovões que me estremecem
pós clarões chispados
em meio às manchas negras
que deparo em desamparo
Peregrino
embasbacada e incrédula
quando vejo tuas mãos dadas
levadas pelas correntes
da insanidade possessiva
como abutres, fome sarcófaga
maculando tua beleza
Meteoros chovem
sob o comando
das estinfálicas,
sereias mortais do brejo,
que obsessivamente
lançam tuas asas afiadas
e tentam devorar-me
E rides vossos risos
de loucas desvairadas
com a taça de veneno
que jogais em minha cara
- não engulo as injúrias
nem me rendo a tão reles escárnio
vossas peçonhas, bebei vós mesmas
/ivonefs - 03/11/2007
******************************************
Santa
Não me soltes
quando me tiveres
nas tuas mãos
no meu vôo
livre
errante
vi teu aceno...
chama
-e pouso
queima
- e ouso
Ah!
não terei a proteção dos anjos
- que me querem santa.
/ivonefs - 03/11/2007
quando me tiveres
nas tuas mãos
no meu vôo
livre
errante
vi teu aceno...
chama
-e pouso
queima
- e ouso
Ah!
não terei a proteção dos anjos
- que me querem santa.
/ivonefs - 03/11/2007
Armadura da solidão
À revelia
sinto-me
só
lida
lira
cortante
diante das insólitas
páginas corridas
que entoam
e se desenrolam
nos arrulhos
das vicissitudes
que escolho
a hora
pede
a imagem
rege
e seu vulto
em
meu pé
ilumina e escure
dia e noite
- corta de vez
minha cabeça
e livra-me
de sua armadura
/ivonefs - 02/11/2007
*******************************************
sinto-me
só
lida
lira
cortante
diante das insólitas
páginas corridas
que entoam
e se desenrolam
nos arrulhos
das vicissitudes
que escolho
a hora
pede
a imagem
rege
e seu vulto
em
meu pé
ilumina e escure
dia e noite
- corta de vez
minha cabeça
e livra-me
de sua armadura
/ivonefs - 02/11/2007
*******************************************
Sedução
...e ele
chegou...
com seu hálito quente
- o ventinho de verão
Arre-Piou
nas falas
aladas
s e d u t o r a s
beijou-me as coxas
e-Le - Vou - me...
/Ivonefs - 02/11/2007
*******************************************
chegou...
com seu hálito quente
- o ventinho de verão
Arre-Piou
nas falas
aladas
s e d u t o r a s
beijou-me as coxas
e-Le - Vou - me...
/Ivonefs - 02/11/2007
*******************************************
Di(versos)
O meu dia vazio
povoado pelo desencanto
contaminado
por falta de versos
que me estremeçam
me despertem
que reguem a aridez
e mate minha sede
que reclamem
por meus olhos
que se entranhem
e aqueçam
com palavras
desentaladas
desenrascadas
ávidas,
passa sem viço
pois o di(versos)
não di(verte)
em dia infértil
/ivonefs - 01/11/2007
* Di(versos) - uma das comunidade do Orkut, onde posto meus poemas
******************************************
povoado pelo desencanto
contaminado
por falta de versos
que me estremeçam
me despertem
que reguem a aridez
e mate minha sede
que reclamem
por meus olhos
que se entranhem
e aqueçam
com palavras
desentaladas
desenrascadas
ávidas,
passa sem viço
pois o di(versos)
não di(verte)
em dia infértil
/ivonefs - 01/11/2007
* Di(versos) - uma das comunidade do Orkut, onde posto meus poemas
******************************************
Atados
gozo
o laço desfeito
descobriu a nudez
/ivonefs - 28/10/2007
*****************************************
o laço desfeito
descobriu a nudez
/ivonefs - 28/10/2007
*****************************************
Paradoxo do julgamento
O que julga, julga-se.
/ivonefs - 30/10/2007
****************************************
/ivonefs - 30/10/2007
****************************************
Posição re(flexiva)
À distância vejo mais
Saio de mim
e livre de minha influência
tudo é primeira vez
vivo (morro) todos os dias
e nasço sol ou chuva
essa é minha imprevisão
sem nenhuma garantia
Deixo as conclusões
que me tomaram dias
cheias de minhas idéias limitadas
cerceando os turbilhões
Atenta, a cobrança apura,
mas a força vísivel do invisivel
socorre em minha secura (surreal)
e umidifica a idéia fixa
Detém-se o olhar
expande-se, sem limite, aprofunda-se
na desordem da ordem
que regenera a vida, alimentando a
r
a
i
z
- Desprendida
de
meu corpo,
vejo muito mais...
...além.
/ivonefs - 30/10/2007
*******************************************
Saio de mim
e livre de minha influência
tudo é primeira vez
vivo (morro) todos os dias
e nasço sol ou chuva
essa é minha imprevisão
sem nenhuma garantia
Deixo as conclusões
que me tomaram dias
cheias de minhas idéias limitadas
cerceando os turbilhões
Atenta, a cobrança apura,
mas a força vísivel do invisivel
socorre em minha secura (surreal)
e umidifica a idéia fixa
Detém-se o olhar
expande-se, sem limite, aprofunda-se
na desordem da ordem
que regenera a vida, alimentando a
r
a
i
z
- Desprendida
de
meu corpo,
vejo muito mais...
...além.
/ivonefs - 30/10/2007
*******************************************
Ao som de uma flauta transversal...
Por que posso crer
que a beleza encerra
uma tristeza?
e é o belo que me
faz chorar...
me pega assim
de repente
quando sinto florindo
aqui dentro
a vontade
de outra vez
ter falta de juízo
lembrando seus
olhos rasos
ligados
- esquerdo seu
direito meu
lado a lado -
a boca
de riso leve
e o corpo
solto entregue
- é o lamento da flauta
que me faz chorar...
/ivonefs - 28/10/2007
que a beleza encerra
uma tristeza?
e é o belo que me
faz chorar...
me pega assim
de repente
quando sinto florindo
aqui dentro
a vontade
de outra vez
ter falta de juízo
lembrando seus
olhos rasos
ligados
- esquerdo seu
direito meu
lado a lado -
a boca
de riso leve
e o corpo
solto entregue
- é o lamento da flauta
que me faz chorar...
/ivonefs - 28/10/2007
Mar a(dentro)
Meu olhar sobre as ondas do mar
paira no horizonte
e o pensamento em queda, enreda-se
clamo aos deuses que arranquem de meu peito
essa dilacerante angústia
- miséria que lesa e pesa
sobre a superfície conduzam-me
pelas mãos úmidas e frias da brisa
e lá - ao longe - livre e altiva
soltem-me!
êxtase de um encontro
- a plúmbea luz que me feria
a rubra tarde dissipará
em cores e sabores enânticos
/ivonefs - 27/10/2007
paira no horizonte
e o pensamento em queda, enreda-se
clamo aos deuses que arranquem de meu peito
essa dilacerante angústia
- miséria que lesa e pesa
sobre a superfície conduzam-me
pelas mãos úmidas e frias da brisa
e lá - ao longe - livre e altiva
soltem-me!
êxtase de um encontro
- a plúmbea luz que me feria
a rubra tarde dissipará
em cores e sabores enânticos
/ivonefs - 27/10/2007
Açoite
vela
acesa
(chama)
flamante
derrama
a(dor)meças
nela
- nada a mosca no mel quente mortal, sem pagar o tributo
(e ao senhor feudal,
as banalidades diminuíram)
/ivonefs - 26/10/2007
acesa
(chama)
flamante
derrama
a(dor)meças
nela
- nada a mosca no mel quente mortal, sem pagar o tributo
(e ao senhor feudal,
as banalidades diminuíram)
/ivonefs - 26/10/2007
Tudo
Não vejo a hora
do tempo que espero
ser dia de graça
pele, boca, cheiro
seus olhos rasos
assentados nos meus
tudo pode ser ser tudo (ou nada)
fonte e sede para quem quer
a qualquer tempo
vive em mim (como herança)
a necessidade e a vontade
- nisso não me engano -
o prazer livre não se perde no tempo
é grato pelo vôo
e ousa
voa
ouça
ousa(dia)
/Ivonefs - 15/10/2007
do tempo que espero
ser dia de graça
pele, boca, cheiro
seus olhos rasos
assentados nos meus
tudo pode ser ser tudo (ou nada)
fonte e sede para quem quer
a qualquer tempo
vive em mim (como herança)
a necessidade e a vontade
- nisso não me engano -
o prazer livre não se perde no tempo
é grato pelo vôo
e ousa
voa
ouça
ousa(dia)
/Ivonefs - 15/10/2007
Inteira
O que eu preciso
não precisa ser
de qualquer jeito
o que eu quero
tem olhos perfeitos
e falam nos meus
as mãos
que me tocam
amanhecem em meu peito
a chuva que cai
não traz receio
nem trai meu desejo
e é assim...
simples assim
e nisso você não cabe
- vem dividido
com ares de envaidecido -
e nisso não caibo
sou inteira demais
pra me quebrar
/ivonefs - 24/10/2007
*******************************************
não precisa ser
de qualquer jeito
o que eu quero
tem olhos perfeitos
e falam nos meus
as mãos
que me tocam
amanhecem em meu peito
a chuva que cai
não traz receio
nem trai meu desejo
e é assim...
simples assim
e nisso você não cabe
- vem dividido
com ares de envaidecido -
e nisso não caibo
sou inteira demais
pra me quebrar
/ivonefs - 24/10/2007
*******************************************
As mulheres de Kandahar
Atravessar entraves nas entranhas minadas da terra mãe dilacerada,
que gera e amputa as filhas puras, priva o entendimento dessa necessária travessia. Em caminhos assolados, desérticos, gelados,em cárcere aprisionadas em companhia da fome, ao lado de mortes brotadas do chão, que mancham e desmancham-se no ar, vive a mulher no Afeganistão. - Onde nem escola pensaram para elas -
Um Deus justifica a ação de frias espadas, que separam cabeças dos corpos e arrancam mãos – ladrão, punição. Mistérios de uma tradição.
A mulher de Kandahar que se cobre, vive porque tem a esperança de um dia ser vista, então sorri e não desiste.
Desligo o vídeo e ainda me acompanham os olhos da mulher afegã seguindo seu incerto caminho sobre as minas espalhadas pelo país.
A esperança... onde encontro?
(Fiz este texto, após assistir ao filme -
fantástico - “A caminho de Kandahar”, há um ano, onde uma jornalista Afegã, - radicada no Canadá- escreve sobre a condição feminina no Afeganistão, enquanto tenta resgatar uma mulher de sua família )
/ivonefs - 23/10/2007
*******************************************
que gera e amputa as filhas puras, priva o entendimento dessa necessária travessia. Em caminhos assolados, desérticos, gelados,em cárcere aprisionadas em companhia da fome, ao lado de mortes brotadas do chão, que mancham e desmancham-se no ar, vive a mulher no Afeganistão. - Onde nem escola pensaram para elas -
Um Deus justifica a ação de frias espadas, que separam cabeças dos corpos e arrancam mãos – ladrão, punição. Mistérios de uma tradição.
A mulher de Kandahar que se cobre, vive porque tem a esperança de um dia ser vista, então sorri e não desiste.
Desligo o vídeo e ainda me acompanham os olhos da mulher afegã seguindo seu incerto caminho sobre as minas espalhadas pelo país.
A esperança... onde encontro?
(Fiz este texto, após assistir ao filme -
fantástico - “A caminho de Kandahar”, há um ano, onde uma jornalista Afegã, - radicada no Canadá- escreve sobre a condição feminina no Afeganistão, enquanto tenta resgatar uma mulher de sua família )
/ivonefs - 23/10/2007
*******************************************
sábado, 3 de novembro de 2007
Obsceno sagrado
Lambe o sangue
devora o fel
a seco, de frente
a frio
a velha sábia
espeta a verdade
toma a agulha
crava, fere e mata
cinzas se espalham
dentre o invisível infinito
pela vida, a Fênix
recolhe e recobra
obsceno sagrado,
- sagrado, pois cura
sensualmente desperta
prazerosamente navega
-lascívia astuta,
porém inocente
- assim deve ser
e só assim há de ter.
/ivonefs - 24/10/2007
devora o fel
a seco, de frente
a frio
a velha sábia
espeta a verdade
toma a agulha
crava, fere e mata
cinzas se espalham
dentre o invisível infinito
pela vida, a Fênix
recolhe e recobra
obsceno sagrado,
- sagrado, pois cura
sensualmente desperta
prazerosamente navega
-lascívia astuta,
porém inocente
- assim deve ser
e só assim há de ter.
/ivonefs - 24/10/2007
Re(pulsa)
re(pulsa)
náusea
a(versão)
da noite insone
de sonhos aflitos
um grito:
O BELO A RELES SUPLANTOU
- que ânsia que dá!
/ivonefs - 25/10/2007
náusea
a(versão)
da noite insone
de sonhos aflitos
um grito:
O BELO A RELES SUPLANTOU
- que ânsia que dá!
/ivonefs - 25/10/2007
Açoite
vela
acesa
(chama)
flamante
derrama
a(dor)meças
nela
- nada a mosca no mel quente mortal, sem pagar o tributo
(e ao senhor feudal,
as banalidades diminuíram)
/ivonefs - 26/10/2007
acesa
(chama)
flamante
derrama
a(dor)meças
nela
- nada a mosca no mel quente mortal, sem pagar o tributo
(e ao senhor feudal,
as banalidades diminuíram)
/ivonefs - 26/10/2007
Menino bonito
É seu sonho
do tamanho ilimitado
da fome
tem a idade
da sua vontade
a doçura da infância
olhos cínicos?
olhos reais do dia a dia
- não penso, pois quem pensa emburrece –
mas vive no claro
e na noite suga as dores da vida
e não ignora as putas de tetas caídas
assusta-se em seus diversos
singular feito à medida
sabe sim o que quer
e é bonito
bonito
bonito
menino, te quero no colo...
/ivonefs - 24/10/2007
do tamanho ilimitado
da fome
tem a idade
da sua vontade
a doçura da infância
olhos cínicos?
olhos reais do dia a dia
- não penso, pois quem pensa emburrece –
mas vive no claro
e na noite suga as dores da vida
e não ignora as putas de tetas caídas
assusta-se em seus diversos
singular feito à medida
sabe sim o que quer
e é bonito
bonito
bonito
menino, te quero no colo...
/ivonefs - 24/10/2007
Aquiescência
Pés e mãos atados
na masmorra
o vento indevoto
aflige e congela
desordena os quereres
- aquiescência do medo
no peito nem o ar pousa
suspensa presumo
para(lítico) nítida mariposa
ninfas em seus casulos
- o tempo mudar[a o rumo
as serpentes ignoram sua efemeridade
- e o encantador faz delas o que quer
ri(mas)
ri(o)
sobre lendas que tornam
as águas límpidas
e regam os lírios que brotam
pelas eras sempre móveis
do olhar que repara...é certo
e aí tudo se transforma
-Teu signo não me manda flores,
mas planta-as em mim
/ivonefs - 22/10/2007
na masmorra
o vento indevoto
aflige e congela
desordena os quereres
- aquiescência do medo
no peito nem o ar pousa
suspensa presumo
para(lítico) nítida mariposa
ninfas em seus casulos
- o tempo mudar[a o rumo
as serpentes ignoram sua efemeridade
- e o encantador faz delas o que quer
ri(mas)
ri(o)
sobre lendas que tornam
as águas límpidas
e regam os lírios que brotam
pelas eras sempre móveis
do olhar que repara...é certo
e aí tudo se transforma
-Teu signo não me manda flores,
mas planta-as em mim
/ivonefs - 22/10/2007
Escasso
o tempo escasso
passa
im(permanente)
à minha frente
e verso
estágios do tempo
deixam a deriva
a espera (vã?)
move-se in(certo)
sempre móvel tempo
de certo
as falas
discretas
ligam
ímãs
alinham-se
e aninham-se
nas horas im(próprias)
assim o tempo é lembrança
de outro...
/ivonefs - 23/10/2007
passa
im(permanente)
à minha frente
e verso
estágios do tempo
deixam a deriva
a espera (vã?)
move-se in(certo)
sempre móvel tempo
de certo
as falas
discretas
ligam
ímãs
alinham-se
e aninham-se
nas horas im(próprias)
assim o tempo é lembrança
de outro...
/ivonefs - 23/10/2007
Dois em um
Em meia luz
a meio fio
refém
algemada
calada
lendo os olhos
gravados
relendo
o tempo passado
que quero presente
onde
tudo liga
a ponto
do tanto que vem
do tanto que fica
do tanto que é
(sem tamanho)
cruza
unifica
o instante
único
de dois
/ ivonefs - 18/10/2007
a meio fio
refém
algemada
calada
lendo os olhos
gravados
relendo
o tempo passado
que quero presente
onde
tudo liga
a ponto
do tanto que vem
do tanto que fica
do tanto que é
(sem tamanho)
cruza
unifica
o instante
único
de dois
/ ivonefs - 18/10/2007
Assinar:
Postagens (Atom)