quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Eu te amo

Você comeu minha racionalidade
e agora tudo faz sentido...

...a nudez está exposta. E agora?

Cadê o sol para aquecer?
Cadê as noites delirantes entre lençóis e ais?
Tudo é precipício? E agora?

que não me ama
não me ouve
nem me olha?

Rastejo feito cobra cega em trilhos
na mata escura e é esse o soldo
final da luta que vitoriei quando
finalmente eu te disse:

- Eu te amo

Morrer?

E o que fizeram "João que amava Maria,
que amava José, que não amava ninguém "...?
e aquele que casou com quem nem era da história?

Talvez até me ofereça:

uma bandeja de sexo
um par de olhos revirados
mãos, cabelos desalinhados
ambiente cheios de cheiros
com música popular brasileira
dizendo o que não dá pra falar...

Cães sem donos
cadelas no cio
vadios

Não vou chorar o amor que não tenho
Não vou apiedar-me do amor que não tem

Irracional, obscena.
Só isso basta e os
corpos se entrelaçam...

/Ivonefs

Um comentário:

Anônimo disse...

Ivone,


que coisa: esse poema é tão duro, profundo e seco, tão direto e perfeito, que me parece verdade!


Parabéns!



Abraços, flores, estrelas..