Atravessar entraves nas entranhas minadas da terra mãe dilacerada,
que gera e amputa as filhas puras, priva o entendimento dessa necessária travessia. Em caminhos assolados, desérticos, gelados,em cárcere aprisionadas em companhia da fome, ao lado de mortes brotadas do chão, que mancham e desmancham-se no ar, vive a mulher no Afeganistão. - Onde nem escola pensaram para elas -
Um Deus justifica a ação de frias espadas, que separam cabeças dos corpos e arrancam mãos – ladrão, punição. Mistérios de uma tradição.
A mulher de Kandahar que se cobre, vive porque tem a esperança de um dia ser vista, então sorri e não desiste.
Desligo o vídeo e ainda me acompanham os olhos da mulher afegã seguindo seu incerto caminho sobre as minas espalhadas pelo país.
A esperança... onde encontro?
(Fiz este texto, após assistir ao filme -
fantástico - “A caminho de Kandahar”, há um ano, onde uma jornalista Afegã, - radicada no Canadá- escreve sobre a condição feminina no Afeganistão, enquanto tenta resgatar uma mulher de sua família )
/ivonefs - 23/10/2007
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