domingo, 4 de novembro de 2007

Injúria

Peregrino
em paragens estagnadas
alucinada pelo fétido odor
das verdades distorcidas
mentiras alojadas
nos credos estabelecidos
das cegas aventuras

Peregrino
com as vistas embaçadas
em terrenos desolados
nos trovões que me estremecem
pós clarões chispados
em meio às manchas negras
que deparo em desamparo

Peregrino
embasbacada e incrédula
quando vejo tuas mãos dadas
levadas pelas correntes
da insanidade possessiva
como abutres, fome sarcófaga
maculando tua beleza

Meteoros chovem
sob o comando
das estinfálicas,
sereias mortais do brejo,
que obsessivamente
lançam tuas asas afiadas
e tentam devorar-me

E rides vossos risos
de loucas desvairadas
com a taça de veneno
que jogais em minha cara
- não engulo as injúrias
nem me rendo a tão reles escárnio
vossas peçonhas, bebei vós mesmas


/ivonefs - 03/11/2007

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