terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Você não me Prometeu

Nos meus devaneios
imbuídos nas
horas incautas
devastadas pela
mórbida inércia,
que me pega
nos desvãos
da boca entreaberta
da dor que me queima
conjugo-me em passados
tempos-lembranças

Restam-me vôos
incertos pelos picos
dos rochedos nebulosos,
das encostas uivadoras
aonde penso, agonizarei
os meus lamentos
incrustados
em sulcos inóspitos
até completa asfixia
... ou dissolução

Em banquete,
oferecerei meu coração
às famintas aves de rapina,
antes que a noite termine
e o sol queira me cegar
com sua luz do novo dia.

A velas sim
velas enfileiradas,
acesas, recendentes
banhando-me na luz
da dor transcendente
quando não me abrasarão
por suas lágrimas
densamente quentes

- arrefecer-se-ão ao ar
congelado da rasa cova
aberta ao relento
onde entorpecida
finalmente gozarei ...


/Ivonefs

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