segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Soneto do livre-arbítrio

Sinto a piedade atravessando meus olhos,
cobrindo-me em manto branco. Apoderam-se,
profetizam minha infelicidade. Estancam-me.
Com suas línguas frias, lambem minhas feridas.

Deixem-me livre ao vínculo que escolho e nada
cobro. Nada perdi. Eu sou primavera. Queima
o sol, descem folhas e nas noites frias, ligo às
frestas da janela entreaberta à boca em espera.

Vejam! o fogo que queima, não combato. É vida
plena e ainda que reste em tristeza, me foi beijo
de alegria. Não me peçam trégua se assim quero:

O que surgiu à minha frente, vivi nas mãos suas,
além das paragens conhecidas da existência. Divino
ter. Planos sem danos, sem ínicio, sem meio, sem fim.


Ivonefs (02/02/08)

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