Nos caminhos oblíquos
De pedras lisas
Meus pés deslizam
Fazem-me equilibrista
E maleável arbusto
Que ao vento não resiste
- Consinto o sentido.
Na curva à direita
O alçapão espreita
Retém espectros
Em luz rarefeita
Apresenta-se o medo
Figura estranha
Que revolve entranhas
Aniquila verdades
Inibe vontades
- Esbarro e livro-me
À entrada observo:
A soleira é baixa
E a humildade pleiteia
Que nela não me esbarre,
Pois fundo é o precipício
Do auspício quebrado
E grande é o risco
Das costas virada
- Encontro a medida e passo...
Um comentário:
Difícil passagem, onde devemos nos curvar,
mediante verdade outra.
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