terça-feira, 18 de setembro de 2007

A Cadeira de Ouro

“Édipo: - Cabe aos mortais carregar o peso que os deuses lhes impõem”As Fenícias – Eurípedes

A cadeira de ouro
É encantada,
Dá-lhe um prazer
Que a nada se iguala.
Ganhou por disputa.
Nela sentaria quem fosse escolhido
Por convencer ser o melhor
Para o bem de um todo.
Mas como convencer a todos?
Uma pergunta sempre tem uma resposta.
E foi assim que ele se sentou na cadeira.
Até achou, afinal, muito fácil
Um dia ele recebeu a visita da Esfinge
(Aquela que todos pensavam ter sidodestruída por Édipo).
Ela veio disfarçadaVestida com a roupa da fome.
E sorrateiramente lhe prometeu a cadeira.
Pois desejava viver por aqui.
Mas como convencer a todos?
- Ora, minha cara é feia
De mim todos querem se livrar
Onde estou a razão vaza
O delírio cega
É vão o argumento do erudito
As bocas famintas a mim se rendem
Só a morte quer me devorar.

E assim aconteceu:
A cada cidadão que ela atingia
-E foram tantos, que se tornaram a maioria -
Uma migalha era oferecida.
E lá ele permanece
Quase nem fica sentado
Prefere visitar outros reinos
Enquanto seus ajudantes
Arrecadam o ouro
E devolvem esmolas
Alguns acabam banidos
- Por mau comportamento -
Esse é o perigo para eles
Outros são protegidos
Talvez pelas oferendas nos altares deixadas
A esfinge está rosnando,
Têm uns olhos lhe fitando.

Nenhum comentário: