derrama a lama
que inunda meus olhos
incontida vertente
eclodindo escrementos
da ânsia nauseante
incômoda que me devora
a irônica imagem
espelhada de um desejo
se quebrou sem um toque sequer
e vagueiou cambaleante
Logro ou loucura?
o ilusionista faz a cena
mentira ou verdade
mede e pesa
- como se pudesse, mas ele pode -
e encanta os olhos
despreparados ou puros
de quem nele acredita
sonhar devia ser isento de querer
o querer é muito exigente
extrapola e derrapa pela sola
esfola-te e explora a alma
ao cabo de te adoecer
o custo chega sem aviso
mas pode até ser nobre
afinal, só quero ver-te feliz
isento-te de mim
incondicionalmente te amo
e choro.
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