domingo, 24 de junho de 2012

01/04/2012

ninguém roube meu sonho
meu amor garante a liberdade de não esconder-me
nem rastejar-me na humilhante subserviência
meu amor acorda e dorme absolvendo as desgraças
meu amor conhece a impotência diante dos inevitáveis desvios
meu amor não cobra a presença
espera o amor, não uma justificativa
meu amor é um pássaro em teu peito
um descanso no meio da jornada
meu amor tolera o delírio
crê nas palavras não ditas
ouve os transeuntes
pacienta nas tormentas
meu amor é um sino no vilarejo
a criança descalça caminhando rumo ao tédio do entardecer
meu amor passou pelas tempestades
rangeu os dentes em madrugadas intermináveis
no temor ao dia seguinte
colidiu com os escravos
meu amor atravessou o mar vermelho
venceu o barulho
silenciou em última instância
meu amor é um pouso
meu amor é um voo
um pouco de Deus
minha porção sagrada

(Ivone fs)

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