segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Decepção

quero ir a um bar e tenho um propósito. é sempre o propósito, mas qual o pretexto? hoje ainda não dá. não consegui me convencer e não ir será um alívio. antes, porém, rondei silenciosamente e depois dormi.

hoje, que já outro dia, não um depois, vários: fui. não houve nenhum contra argumento, não precisei me convencer. era certo. fui como se cumprisse uma profecia.

existem várias formas de se matar um fantasma, mas olhá-lo nos olhos é a mais pungente, pensei. fotografei-o, editei no picasa. mais nitidez, mais brilho, contraste, sombra, luz de preenchimento. um fantasma perfeito.

odiei o cara da mesa vizinha, que me olhava insistentemente e como desculpa para falar-me pedia de vez em quando meu isqueiro.

constrangimento: o fantasma me deu as costas. o mundo ebuliu por dentro. uma porta aberta.
saí d i s c r e t a m e n t e.

qualquer desculpa será aceita pela minha ausência... mas matar pelas costas... é covardia.

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