o sol não nascia hoje
“é uma noite eterna”, eu pensava
a cama me expelia, mas eu não saía
o motivo era uma mochila nas costas
uma promessa vaga e o gosto de um beijo
eu fiquei no gosto desse beijo e no vago dessa promessa
que era para o fim do dia
(Ivone fs)
terça-feira, 29 de junho de 2010
domingo, 27 de junho de 2010
Conexão Recife-São Paulo
....................................Para: Rafael M.S.
quem é esse que mora dentro de mim, que dentro do meu peito fixa um olhar de estrelas, que desce do céu e cruza os braços pra que eu não o toque?
quem é esse que faz do mundo um deserto, um assolamento atômico, que me reduz à crueza de espelhos?
quem é esse que elimina minhas fantasias, desorganiza meu caos, me veste de tristeza, me enfurece e vai embora?
e agora?
quem é esse que nega a canção contida nos vinhos, que cruza a passagem e não pousa?
quem é esse entre o reboque e o rebusco, o gelo?
quem é esse apanhador de sonhos que foge da cilada para, talvez, se livrar do terror e cai numa emboscada?
que faz do laço a sua liberdade? agora é tarde?
quem é esse que diz que tudo pode virar literatura? cura?
se o escritor não vacila? de quem esses pedaços, essas fendas, tremores, o tiro no momento em que voa a bala, a costela assada a ser devorada, os dedos ensanguentados, tortura, tontura. o voo de ilusões insaciáveis, essas indefinições, desassossego, o complexo, o avesso, a sua tirania?
sobre ele o peso que o faz lamber o pó
a água no pote vazio
do fogo, a lança da chama
do vento, o mistério dele parado
os tambores estão encharcados de um amargo licor
o escritor caído fora de si
causador de suas inevitáveis façanhas
colecionador de raridades
...
os teus olhos têm a intocável luz da lua cheia
e a mesma distância dos desconhecidos
(Ivone fs)
quem é esse que mora dentro de mim, que dentro do meu peito fixa um olhar de estrelas, que desce do céu e cruza os braços pra que eu não o toque?
quem é esse que faz do mundo um deserto, um assolamento atômico, que me reduz à crueza de espelhos?
quem é esse que elimina minhas fantasias, desorganiza meu caos, me veste de tristeza, me enfurece e vai embora?
e agora?
quem é esse que nega a canção contida nos vinhos, que cruza a passagem e não pousa?
quem é esse entre o reboque e o rebusco, o gelo?
quem é esse apanhador de sonhos que foge da cilada para, talvez, se livrar do terror e cai numa emboscada?
que faz do laço a sua liberdade? agora é tarde?
quem é esse que diz que tudo pode virar literatura? cura?
se o escritor não vacila? de quem esses pedaços, essas fendas, tremores, o tiro no momento em que voa a bala, a costela assada a ser devorada, os dedos ensanguentados, tortura, tontura. o voo de ilusões insaciáveis, essas indefinições, desassossego, o complexo, o avesso, a sua tirania?
sobre ele o peso que o faz lamber o pó
a água no pote vazio
do fogo, a lança da chama
do vento, o mistério dele parado
os tambores estão encharcados de um amargo licor
o escritor caído fora de si
causador de suas inevitáveis façanhas
colecionador de raridades
...
os teus olhos têm a intocável luz da lua cheia
e a mesma distância dos desconhecidos
(Ivone fs)
terça-feira, 22 de junho de 2010
ad-vertencia
Não meu amor!
te prefiro simples
os adornos te afastam
e os cálices te iludem.
Ivone F Santos

Criar seu atalho
te prefiro simples
os adornos te afastam
e os cálices te iludem.
Ivone F Santos

Criar seu atalho
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Sombria II
a bailarina dança porque a música a impulsiona e seus pés se elevam e ela se curva, e tem um corpo ereto e rijo até quando se dobra.
a bailarina será sempre dura e seca e ninguém jamais dirá que ela não seja bela.
a bailarina será sempre dura e seca e ninguém jamais dirá que ela não seja bela.
domingo, 13 de junho de 2010
Sombria
acabou que era um dia tão cansado de gestos de gentes indelicadas que nem adiantava lavar as mãos
acabou que era um dia de olhos e ouvidos mobiliados ilustrados num livro de Tim Burton, tão surreal quanto esta afirmação
acabou que era um dia de olhos e ouvidos mobiliados ilustrados num livro de Tim Burton, tão surreal quanto esta afirmação
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Cut up
eu vi todas as cores serem quebradas
um dia que jamais amanhece
minha vontade voraz vital estrangulada
não contive o desejo de uma prova que me fizesse crer
azul, como o horizonte ao meio dia em um dia de sol
findado em tortura e urros
não compartilharei das alegrias que abraçam vespas
nem mergulho nas águas de seus olhos
nem no zig-zag de suas linhas
traços verticais em vorazes ondulações
acima, como um imaginário alçar
até perder de vista, alçar, alçar
ouvir tão somente o roçar das asas
desenhados em meus recortes
um dia que jamais amanhece
minha vontade voraz vital estrangulada
não contive o desejo de uma prova que me fizesse crer
azul, como o horizonte ao meio dia em um dia de sol
findado em tortura e urros
não compartilharei das alegrias que abraçam vespas
nem mergulho nas águas de seus olhos
nem no zig-zag de suas linhas
traços verticais em vorazes ondulações
acima, como um imaginário alçar
até perder de vista, alçar, alçar
ouvir tão somente o roçar das asas
desenhados em meus recortes
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