O inquieto inseto que me habita
revoa recônditos desejos, permeia
as pupilas azuis de um sonho estúpido
Acena, alucinante, às horas expostas
num torvelinho, que chicoteia o chão,
e fere-se aos golpes do tufão faminto
Na rua devastada, a híbrida lua
transpira caldos febris
sobre suas asas transparentes
infecta serviente
que nem guarda
nem anjo
impregnando seus cômodos
cerrados em seu odor imóvel
Larva lacerada,
recolhe as gotas
alimenta sua sórdida
melodia
adorna a monotonia
cravada de húmus e fezes
Os anéis de luz,
nos cantos do teto, ziguizagueiam
em propícios feixes ao anúncio íntimo
dos primeiros acordes:
Salva em mim as notas secretas de meu canto.
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