guarda para si
o terror das madrugadas
seu inferno de alegorias entre cambraias
manto tenebroso sufocando a orla de sua existência
a aridez dos gemidos
- porque eu choro por nós e não mais rogo -
se toda vez é a última
nada se acumula que não sejam dedos a implorar num braço estendido
cai a escuridão
cai em si a impossibilidade do casulo
o céu aberto
em vigília
letras de Lautréamont
emaranhados se multiplicando
fogem os estreitamentos
guarda para si
guarda para si
- porque eu choro por nós e não mais rogo -
Ivone fs - 15/02/2011 - 13:26
3 comentários:
[o que se acumula na madrugada, se acontece em palavra poema, teorema principio do mundo]
um imenso abraço,
Leonardo B.
Que cada lágrima caída vire um verso. Muito belo. Não sei por que vias associativas me veio à mente aquela música do Itamar Assumpção = Milágrima (a letra, linda, era de Alice Ruiz).
Um Beijo.
Corrigindo: MILÁGRIMAS.
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